Campeão de jiu-jítsu tira lição de quando passou fome por show no UFC
Antonio Braga Neto é mais um campeão mundial de jiu-jítsu fazendo a transição do MMA. Mas com um detalhe: ele sempre quis ser lutador de MMA, mas era tão bom na arte suave que acabou ganhando a vida por lá antes de se arriscar com as luvas. “Ganhar dinheiro batendo nos outros? Melhor profissão que existe!”. É assim que ele fala das artes marciais mistas e do novo desafio: a estreia no UFC, em Fortaleza, neste sábado, contra Anthony Smith.
Oriundo de Manaus, Braga Neto largou tudo o que tinha por lá para ser lutador. Foi para o Rio e passou fome enquanto tentava se estabelecer, mas conseguiu dar a volta por cima. O aprendizado foi importante para toda a sua carreira, e tudo o que ele espera é retribuir e mostrar ao público uma luta de chão agressiva, um show de jiu-jítsu.
“Eu sempre quis o MMA. Amo o jiu-jítsu, mas sempre via que o retorno financeiro seria como o do MMA. Desde criança eu competi em lutas e uma vez ouvi de um amigo que podia ser rico no vale-tudo. Eu pensei: ‘Ganhar dinheiro batendo nos outros? É a melhor profissão que existe!’”, relembra ele.
Aos 17 anos, ele deixou Manaus e foi morar em uma comunidade no Rio de Janeiro. Focado em treinar MMA, ele foi convencido pelo seu técnico, Roberto Gordo, a aguardar. Faixa marrom de jiu-jítsu, ele ascendeu rapidamente. Mas, enquanto isso, fora da academia tinha dificuldades.
“Morei numa favela, passei fome, e tudo isso me ajudou a alcançar objetivos maiores. Nada do que for passar hoje será pior do que passei”, conta Braga Neto.
“Eu sou um cara orgulhoso, não me vejo pedindo ajuda. Quando fui para o Rio, disse para minha mãe que ia conseguir me manter e corri atrás como pude, competindo, treinando, dando aula. Mas a chegada foi difícil. Vim com dois mil reais para ficar em Niterói com um amigo. Mas era longe para treinar. Então, fui morar na comunidade da Tijuquinha, e foi meu período mais difícil”, completa.
Hoje, tudo isso é passado. O lutador já morou nos Estados Unidos e em Cingapura e diz que saber o que quer foi determinante para se manter focado. Depois de despontar no jiu-jítsu, ele vem lutando MMA desde 2006, com oito vitórias, uma derrota e um no contest.
Superação: lesão durante vitória e o UFC
O chamado para o UFC foi de surpresa, por conta de uma lesão que o tirou de ação por 15 meses. Em seu último combate, ele encarou o duro Brock Larson, e quase teve de desistir ao se contundir em cima do ringue.
No meio da luta, ele sentiu o ligamento do joelho romper e foi ao chão. Antes que pudesse ter maior desvantagem com isso, ele se aproveitou quando o rival veio para cima dele e conseguiu uma finalização, com uma chave de perna.
“Depois de finalizar eu quase não conseguia andar. Depois, operei e estava me preparando para voltar a lutar. Nada melhor que um estímulo desse. Eu estava amadurecendo a ideia de entrar no UFC faz um tempo”, conta ele.
Braga Neto promete apostar, como sempre, em seu jiu-jítsu. Como boa parte de seus rivais preferiu a trocação até aqui, seu objetivo é usar sua melhor arma. E ele tem como certo que, mesmo com uma luta no chão na abertura do card em Fortaleza, não sofrerá vaias.
“Nos treinos sempre busco a evolução no MMA, mas nas lutas desenvolvo o meu melhor. Até dizem que sou leigo em pé, mas não tenho motivo para arriscar. Se um dia tiver um especialista de jiu-jítsu pela frente, poderei mostrar minha parte em pé. Tenho minhas cartas na manga”, afirma o manauara.
“Meu rival vem de derrota para o Roger Gracie, por finalização, e acho que vai ficar mais esperto com o chão. Eu sou brigador, vou para a porrada, vou buscar encerrar a luta da maneira mais rápida possível. Quem piscar vai perder o fim desta luta (risos)! Se for para o chão, não esperem aquele tipo de luta amarrada, vou desenvolver meu jogo até finalizar”, promete ele.
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