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Do Bronx admite ser azarão contra ídolo no UFC 162, mas avisa: 'não serei escada'

Charles do Bronx tenta se recuperar de derrota por nocaute, quando lutou lesionado pelo UFC - Divulgação/UFC
Charles do Bronx tenta se recuperar de derrota por nocaute, quando lutou lesionado pelo UFC Imagem: Divulgação/UFC

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

03/07/2013 06h29

Charles do Bronx chegou ao UFC em 2010, com status de grande revelação do MMA brasileiro. Três anos depois, altos e baixos ocorreram em sua carreira. Excelentes finalizações, alguns revezes, a descida de peso leve para pena e, mais recentemente, uma derrota por nocaute contra Cub Swanson. Mesmo com este último resultado, o paulista terá a luta mais importante da carreira no UFC 162: encara o ex-campeão dos leves Frankie Edgar, na penúltima luta do card liderado por Anderson Silva x Chris Weidman em Las Vegas.

O brasileiro admite que o convite para uma luta de tanto destaque o surpreendeu. Edgar é um ídolo nos EUA, mas vem de três derrotas, todas em disputa de cinturão - duas no leve e uma no pena, contra José Aldo. O raciocínio lógico, apesar da qualidade do Bronx, é um só: ele foi colocado lá para ser uma ‘escada’ do ex-campeão dos leves, que precisa se recuperar no evento.

“Acho que me colocaram sim com a ideia de ser escada. Mas se entrar com isso na cabeça, não vence. Vou entrar para colocar a mão nele, para colocar meu jiu-jítsu em jogo. Não vou entrar com medo. É hora de cair pra dentro, subir, essa é a minha ideia. Não vou para fazer lutinha, é a luta mais importante da minha carreira, não importa se me colocaram achando que vou ganhar ou perder”, disse o paulista, ao UOL Esporte.

Charles afirmou que a ideia de chegar como zebra é interessante, para que ele possa desenvolver seu jogo e surpreender. “Assim é que é bom. Quando o azarão ganha é que ele explode, e é a minha hora”, adicionou. “Vou te falar, eu me vejo como azarão. Mas tenho mais luta que ele, a diferença é que ele teve mais oportunidades. Quando fechar a grade, só estaremos nós dois. Vou andar para frente e uma hora ou outra minha mão vai entrar, ou meu jiu-jítsu vai se destacar.”

Charles comemora ter sido escalado em papel de destaque e afirma que lutar logo antes de Anderson Silva é uma grande honra. Para ele, mesmo vindo de derrota foi importante ter a chance de encarar um lutador do nível de Frankie Edgar.

“Desde a minha última luta eu venho falando que quero os melhores da categoria. Sou fã do Edgar, eu o admiro muito. Surpreendeu me chamarem, por eu vir de derrota e ele ser um top 10 do ranking peso por peso, mas isso é o que pedi. Treinei com os melhores na minha cidade, Guarujá, e na Chute Boxe em São Paulo. Estou mais que preparado e já chegando ao peso. Há dois meses, quando soube da luta, larguei tudo: família, namorada, casa... Tudo para treinar e poder falar que o venci”, disse o jovem.

Lesão e revés por nocaute

O brasileiro de apenas 23 anos vem com sede para enfrentar Edgar, uma vez que não pôde render o que esperava contra Cub Swanson. Ele rompeu ligamento do joelho no aquecimento para a luta, mas resolveu ir para o octógono. Acabou nocauteado, numa cena impressionante, já que levou um golpe e demorou a cair, já praticamente apagado.

“Sei que posso ganhar do Cub Swanson. Um pouco antes da luta eu senti o joelho e até a pesagem não consegui fazer mais nada. Não consegui bater o peso e ele não queria lutar se eu não baixasse. Então foi um desespero, fiz bicicleta e tudo para poder lutar. Depois, no aquecimento, estourou o ligamento. Eu deveria ter sido maduro, contado que não podia lutar. A cabeça foi embora e ele conseguiu aquele soco”, relembrou Charles.

Edgar admite preocupação com as finalizações

  • Se há um campo em que Charles do Bronx tem deixado os fãs de MMA - e os rivais - de queixo caído, são as finalizações. Movimentos como a rara chave de panturrilha com quem bateu Jonathan Brookins. Frankie Edgar está de olho, para tentar se recuperar de três derrotas seguidas. "Acho Charles um lutador perigoso, alto, com grande envergadura e com finalizações traiçoeiras. Acho que essas finalizações são o maior perigo para mim", disse ele, que fará sua segunda luta como peso pena, depois de ter sido campeão dos leves. Edgar é dez centímetros mais baixo que o brasileiro.