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À la Sonnen, Weidman ganha fã-clube brasileiro e aproveita antipatia ao rival

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

06/07/2013 12h00

Você pode nunca ter ouvido falar de Chris Weidman até mais cedo neste ano, quando o UFC confirmou a maior luta da carreira do rapaz, valendo o cinturão dos médios contra o “maior de todos os tempos” Anderson Silva. Mas apesar de chegar como novidade no MMA, o norte-americano já tem seus seguidores, sua torcida, e não necessariamente só no seu país natal. Um fã-clube brasileiro acompanha atentamente o UFC 162, neste sábado, torcendo para o ídolo e secando o Spider.

O Team Weidman Brasil foi criado recentemente para mostrar a Weidman que há brasileiros acompanhando e torcendo por seu sucesso. Hoje, a psicóloga Suzana Muniz, de 27 anos, é quem comanda o grupo, do Rio de Janeiro. Via Twitter, espalha material sobre o lutador, rebate as críticas e até se comunica com o próprio.

“Nós já éramos fãs do Chris Weidman há um bom tempo, acompanhávamos a sua carreira. Como surgiu a oportunidade de ele lutar pelo cinturão, resolvemos criar o fã-clube para dar uma força e mostrar que tem brasileiros que torcem por ele também”, conta Suzana, que troca mensagens com ele na internet, mas que viu o contato diminuir nas últimas semanas, fruto da preparação forte do lutador.

A carioca conta que a antipatia com Anderson Silva também acabou motivando o grupo, que critica o estilo marrento do campeão dos médios.

“São as duas coisas: eu sempre gostei do Chris e também não curto o Anderson. Foi a combinação dessas coisas”, conta ela. “Nunca fui com a cara dele, há muito tempo. Sempre achei meio falso, pelo menos é a impressão que me passava. Depos, na luta contra o Demian, que ele provocou muito, passei a gostar ainda menos dele, achei-o desrespeitoso. Eu gosto de um lutador por tudo o que ele carrega à sua volta.”

E o que Weidman carrega à sua volta que a atraiu? “Eu o acho muito simpático, ele transparece ser solícito, engraçado. Todo mundo que teve contato com ele quando ele veio ao Brasil (como lutador convidado dos eventos de imprensa do UFC Rio 3) disse que ele foi muito agradável”, conta Suzana, que nega que a adoração seja só pela aparência. “Não acho bonito, acho ele fofinho (risos).”

Suzana conta que a primeira luta que viu de Weidman já a impressionou. Foi o combate de estreia dele no Ultimate, em março de 2011, em que venceu Alessio Sakara por pontos. Depois, chamou ainda mais a atenção ao dominar e finalizar Tom Lawlor e protagonizar uma zebra no UFC 131.

“E teve ainda a luta contra Demian. Ele entrou com 11 dias de preparação (substituindo Michael Bisping) e mostrou um potencial muito grande”, diz a fã, que então se rendeu aos seus talentos.

Sobre o que Weidman pode trazer ao octógono contra Anderson, Suzana não poderia deixar de pensar diferente: diz que o norte-americano chocará.

“Foi surpreendente ele ganhar tão ceedo a chance pelo cinturão, mais pela forma como o UFC funciona, e não pela falta de potencial. O estilo dele é muito ruim para o Anderson, no wrestling e com um jiu-jítsu muito bom. Não existe luta vencida antes, independentemente de quem seja. O Weidman vai surpreender muita gente”, analisa Suzana Muniz.

O Twitter do Team Weidman Brasil ainda tem apenas pouco mais de 200 seguidores - mas Suzana garante que o lutador tem muito mais fãs que ainda não conhecem o grupo - e não haverá grandes eventos para a noite de sábado. A líder do fã-clube vai ver o combate com o namorado, também admirador do lutador, e conta que só agora viu sua paixão por MMA ser compreendida.

“Eu comecei a ver porque passava na TV, na época do Pride. Mas a luta que me marcou mesmo foi Wanderlei Silva contra Chuck Liddell no UFC. As minhas amigas estranhavam na época, mas eu tinhas amigos homens que gostavam e com quem conversava. Elas achavam um absurdo, violento, e hoje também curtem e acompanham”, contou a carioca.

Amizade, mas separação do fã-clube de Sonnen

Rivais de Anderson, tanto Sonnen quanto Weidman tem fã-clubes no Brasil. E, apesar de os dois grupos já terem trocado algumas figurinhas, não há grande ligação entre eles.

“A semelhança é só por terem sido adversários do Anderson. Eu gosto do Sonnen, acho o seu personagem engraçado. Mas não tem muito a ver, muita gente acha que é só por causa do Anderson, que se criamos o do Weidman vão criar outro para o próximo rival, mas não é assim”, explica.

Weidman sabe bem da existência do fã-clube brasileiro, e falou recentemente sobre isso ao Na Grade do MMA.

“Cara, eu tenho um fã-clube brasileiro, que posta no Twitter tudo que acontece sobre mim, em português e inglês. Trocamos mensagens, eles me falam o que está acontecendo por aí. Isso é muito bom para mim, receber esse carinho, saber que tem pessoas no Brasil se se importam comigo. Fiquei muito surpreso, achei que ninguém sabia quem eu era no Brasil, mas isso só me dá mais força e mais motivação”, disse ele, que tentará fazer história e ser o primeiro a bater o lendário Spider dentro do UFC.