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Engenheiro físico, sueco do UFC BH diz que luta para não ficar entediado

Sueco Tor Troéng, conhecido como "O Martelo", divide carreira no MMA com trabalho de pesquisa - Divulgação/TorTroeng.com
Sueco Tor Troéng, conhecido como "O Martelo", divide carreira no MMA com trabalho de pesquisa Imagem: Divulgação/TorTroeng.com

Rafael Krieger

Do UOL, em São Paulo

24/08/2013 06h00

Mesmo se não fosse escalado para enfrentar o brasileiro Rafael Natal no card principal do UFC BH, o sueco Tor Troéng dificilmente estaria com a agenda livre na quarta-feira dia 4 de setembro. Quando não está treinando ou viajando para suas lutas, o engenheiro físico de 30 anos trabalha na universidade de Umea, na Suécia, desenvolvendo pesquisas na área de matemática.

Apesar de praticar artes marciais desde os nove anos de idade e treinar MMA desde os 16, Troéng não largou os estudos, e obteve o título de mestre em Engenharia Física. Conciliar duas ocupações tão diferentes não é tarefa fácil: “Sei que é uma combinação estranha, mas eu gosto de fazer as duas coisas”, explicou o sueco em entrevista ao UOL Esporte.

Chegar de olho roxo ao ambiente de trabalho na universidade já faz parte de sua rotina, e não chega a chamar a atenção de seus colegas. “Eles me apoiam e sabem o que eu faço. Muitas pessoas que não sabem acham interessante e vêm me perguntar, mas ninguém vê isso como uma coisa fora do comum”.

Não é de hoje que Troéng divide sua rotina entre a universidade e a academia. Aos 18 anos, ele já disputava combates amadores, e fez a sua estreia como profissional quatro anos depois, em 2005. Desde então, foram 21 lutas oficiais, com 16 vitórias, quatro derrotas e um empate. Ele vem de cinco vitórias seguidas, e o último revés foi para o brasileiro Thales Leites, em 2010.

Questionado sobre qual profissão escolheria caso tivesse que optar por apenas uma, Tor Troéng não hesitou: “Agora, seria o MMA. É o meu sonho, a minha paixão e é o que eu quero fazer por muito tempo, mesmo depois que me aposentar. Estou totalmente focado nisso agora”.

O acúmulo de funções, na verdade, tem feito bem para o sueco: “A engenharia me ajuda a assimilar melhor as coisas novas que eu aprendo durante os treinos. E a luta me ajuda a não ficar entediado na universidade, me faz gostar do meu trabalho. Acaba sendo uma boa combinação. É relaxante”.

Diante da frenética torcida de Belo Horizonte, no entanto, vai ser difícil ficar relaxado. O sueco disse estar ciente do que o espera na luta de pesos médios contra o brasileiro Rafael Natal. Mas negou estar apreensivo, lembrando que já conhece o Brasil por ter frequentado clínicas de treinamento de jiu-jitsu no Rio de Janeiro.

“Sei que a torcida local é bem enérgica, mas não estou intimidado. Estive no Brasil algumas vezes antes, e adoro esse país. Ele [Rafael Natal] é um lutador de ponta, tem bom jogo de chão e um bom chute, será um grande combate. Eu sempre entro para lutar duro, vou lutar do mesmo jeito em todos os lugares”, comentou.

Além de ter um lutador brasileiro como oponente, Troéng tem outro motivo para gerar antipatia com a torcida: ele foi pupilo do falastrão Chael Sonnen na última temporada do reality show The Ultimate Fighter nos Estados Unidos. “Gostei de trabalhar com Chael, ele é uma pessoa legal, e foi uma experiência muito boa. Não foi fácil conviver dentro da casa, mas no fim acabou sendo positivo”, recordou.

Tor Troéng fará em Belo Horizonte a sua segunda luta no UFC. Na estreia, ele finalizou Adam Cella com um mata-leão, em junho. Seu combate contra Rafael Natal será o primeiro do card principal, que vai começar às 20 horas de Brasília do dia 4 de setembro, no primeiro evento do Ultimate no Brasil realizado em uma quarta-feira. Na luta principal, o brasileiro Glover Teixeira enfrentará o norte-americano Ryan Bader.