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Maior academia de MMA dos EUA tem astros, cães e treino com cara de luta

Jorge Corrêa

Do UOL, em Albuquerque (EUA)

17/09/2013 06h01

Soa até como presunção falar que a Jackson’s MMA é a principal academia da modalidade nos Estados Unidos e uma das maiores no mundo. Mas basta ver um dia de treino por lá, na cidade de Albuquerque, para entender do que se trata. Com o time completo, há pelo menos dois campeões (Jon Jones e Michelle Waterson), vários ex-campeões (Andrei Arlovski, Carlos Condit, Frank Mir) e vencedores do TUF (Diego Brandão, John Dodson, Diego Sanchez).

O histórico de vitórias e títulos nos principais eventos de MMA do mundo deu fama à academia comandada por Greg Jackson e Mike Winkeljohn desde 1992, quando foi montada com o intuito de ensinar apenas autodefesa. A criação do UFC, em 1993, mudou os rumos do time. Nessa nova fase do Ultimate - após 2006, quando a franquia começou a dar lucro – é o time mais vencedor.

Apesar da fama e das vitórias, esqueça luxos ou ostentações na academia. Apenas um totem em frente mostra que aquela porta é a entrada da Jackson’s MMA. Uma pequena antessala dá acesso, pela esquerda, às salas de Greg e Mike, e, à frente, aos locais de treino. No primeiro, e menor, ambiente ficam os equipamentos de musculação e treino de cardio, mas tudo simples e muito gasto.

A área de treino de lutas é bem maior, mas tão simples quanto a anterior. Dois terços do espaço é de tatames, com apenas três sacos de areia em um dos lados. No outro canto, um octógono com tamanho oficial do UFC. Também há um alojamento onde dez lutadores mexicanos estão morando na academia para se desenvolverem, todos bancados pelo Ultimate de olho no mercado do país.

De segunda a sexta-feira, são dois períodos de treino, um pela manhã e outro a tarde, mas apenas o primeiro fica lotado. A parte da tarde é voltada para quem está próximo de suas lutas, para fazerem sparrings e montarem suas táticas. Poucas pessoas tem acesso a esse momento, apenas lutadores, head coaches e alguns empresários. Imprensa? De forma alguma.

Apesar dos astros do MMA citados acima, todos ficam juntos e treinam juntos com os menos renomados durante o período da manhã. Como os técnicos gostam de dizer, quase que de forma ensaiada, “não há espaço para egos, eles ficam para o lado de fora”. Jon Jones treina com os jovens mexicanos, Michelle Waterson – dona do cinturão peso palha do Invicta FC – faz wrestling com homens, o peso pesado Andrei Arlovski trabalha manopla com o pena Diego Brandão.

Cachorros fazem parte da família

Quando perguntado os motivos para o sucesso da Jackson’s MMA, a resposta é quase unânime. Além da ausência de egos inflados, os alunos dizem se sentir como em uma mesma família. Greg Jackson tenta incutir esse pensamento em todos os seus comandados, que o sucesso de um depende diretamente do sucesso do outro e, por isso, eles precisam sempre se ajudar mutuamente.

“Acho que através dos anos, com eu e o Greg Jackson atuando nos bastidores, as pessoas perceberam que se você ajudá-las, que se os técnicos ajudarem, isso será importante. Eles deixam seus egos para o lado de fora, não há nenhum superstar”, explicou o treinador-fundador do time Mike Winkeljohn.

Treino com cara de luta

O segundo motivo levantado por técnicos e lutadores para o reconhecimento da equipe é a intensidade dos treinos, mesmo os que são de movimentos básicos de wrestling ou muay thai. "Aqui o pessoal sai na mão mesmo e sempre estamos tentando colocar situações de luta. Seja no ground and pound, seja na trocação. Assim, sempre sabemos o que fazer", explicou Diego Brandão.

E eles levam realmente a sério o conceito de família. Ao entrar na academia, chama muito a atenção a presença de alguns cachorros, que ficam do lado de fora do tatame, entre mochilas e quimonos, acompanhando o treino de seus donos, sempre em busca de um afago de quem não está na movimentação.

Nos dias em que o UOL Esporte esteve na Jackson’s MMA, eram três os cães no local: uma labradora cor caramelo da lutadora do UFC Julie Kedzie, um pitbull de reluzente pelo cinza do bielorusso Andrei “The Pitbull” Arlovisk, além de um pequeno pug do técnico Mike Vale. “Os cachorros também fazem parte da família”, resumiu Greg Jackson.

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