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Sem lesão grave, Cigano apaga final da luta e diz: "Dói só no coração"

Jorge Corrêa

Do UOL, em Houston (EUA)

20/10/2013 06h32

Com o rosto bem mais machucado que na segunda luta, Junior Cigano deixou o ginásio Toyota Center e foi direto para um hospital em Houston, assim que acabou sua luta contra Cain Velasquez, que manteve o cinturão dos pesados com um nocaute técnico já no final do quinto round.

Como já tinha acontecido no último confronto entre os dois, em Las Vegas, no final do ano passado, o norte-americano castigou muito o brasileiro na maior parte do tempo. Lá, Cigano ficou apenas com o rosto inchado. Agora, além do inchaço, ele sofreu pelo menos dois cortes, um muito grande acima da sobrancelha direita e outro na parte interna da orelha esquerda.

Assim que chegou no hospital, Junior passou por exames de raio-x e de tomografia computadorizada. Ele não teve nenhuma lesão grave ou até mesmo fratura no rosto. Ficaram apenas os inchaços no local, ainda maiores que da outra vez, os pontos que ele levou nos dois cortes e o olho esquerdo bastante roxo.

Mas o brasileiro sofreu pelo menos uma sequela. A empresaria do lutador, Ana Claudia Guedes, quem o acompanhou no hospital, revelou que Cigano apagou da memória a maior parte da luta, ele simplesmente esqueceu tudo que aconteceu depois do knockdown que sofreu no terceiro round com um direto de Cain.

“Ele entrou em um piloto automático depois daquele golpe, não sabe o que aconteceu. Agora já contamos, mas Junior achava que tinha sido nocauteado no terceiro round e luta tinha acabado ali. Ele não fazia ideia de que tinha chegado até o quinto round ou até mesmo que tinha dado uma entrevista no final”, contou.

Depois que passou por todos os exames e nada foi detectado, Junior Cigano já estava de bom humor com os enfermeiros, tentando brincar, dentro do possível, e foi liberado para voltar para o hotel. Mas entre uma e outra sutura, ele deu uma breve declaração, já que não pôde comparecer à entrevista coletiva logo após fim o UFC 166.

Aparentando tranquilidade, ele disse que maior que a dor das feridas é a “dor que está sentido no coração”. “Estou me sentindo bem agora. Vim para o hospital apenas para dar uns pontos no corte que eu tive. A dor é só no coração, por não ter conseguido ter uma boa performance. Agora é voltar para a academia e treinar ainda mais, me dedicar mais para voltar mais forte do que nunca e, quem sabe um dia, voltar a disputar o cinturão. Se Deus quiser, vou poder honrar a torcida de todos que acreditam em mim.”