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Shogun revê em SP trabalho de sua melhor fase no UFC antes de chance final

Jorge Corrêa e José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

05/12/2013 13h57

Não há como negar que Maurício Shogun é um dos maiores lutadores da história do MMA brasileiro, afinal, são pouco os atletas que foram campeões dos principais eventos que já existiram, o Pride e o UFC. Mas com apenas 32 anos, ele passa pelo pior momento da carreira e decidiu rever o trabalho que fez durante sua melhor fase no Ultimate para a luta desta sexta-feira, contra James Te Huna, na Austrália.

Não que Dana White tenha falado em demissão – apesar de ter sugerido uma possível aposentadoria – mas o próprio brasileiro sabe que uma nova derrota, que seria a terceira consecutiva e quarta em cinco lutas, significaria um enorme retrocesso. Por isso, ele mais uma vez adotou um regime de concentração total em São Paulo, longe de sua família, que ficou em Curitiba.

“Em São Paulo consegui ficar mais focado nos treinos. Não tenho tantos amigos lá e consigo focar mais em treinar. Treinei melhor e lá tem mais matéria prima e sparings. É bom que fico 100%”, resumiu o lutador em um dos poucos contatos com a imprensa durante o tempo em que se preparou na capital paulista.

Essa preparação não é uma novidade para Shogun. Mais que isso, sabe como isso pode fazer bem pra ele. Não que tenha sido exatamente igual, mas o paranaense se aproximou muito da preparação que teve entre as lutas contra Chuck Liddell e Lyoto Machida, quando se tornou campeão do UFC. Praticamente internado em São Paulo, viveu seu grande momento desde o fim do japonês Pride, entre 2009 e 2010.

Depois de idas e vindas entre empresários e equipes nos últimos anos, o que incluiu uma separação do próprio irmão Murilo Ninja e o fim da parceria com o treinador André Dida, Maurício não estava se encontrando em sua preparação. Era nítida sua queda física e técnica, que culminou com uma surpreendente finalização que sofreu para Chael Sonnen em sua última luta – resultado que o fez chorar muito ainda no octógono.

A primeira mudança foi passar a trabalhar com o empresário Leonardo Salomão, que é ex-integrante da Chute Boxe, sua equipe de origem. Depois, se reaproximou com o time paulista comandado pelo meio-médio Demian Maia e por Eduardo Alonso, que era seu agente na época do título do UFC e apontado como um dos grandes responsáveis pelo sucesso do lutador, principalmente por conta da maneira que organizava os treinamentos.

Feliz com esse reencontro, Shogun já pensa até mesmo em se tornar membro fixo do time paulista, mas agora sua relação com Alonso é apenas pessoal. “Meu empresário é o Leonardo. É um amigo meu e também coordenador de treino, ajuda no meu treinamento.”

O problema é na cabeça

Ciente da mudança de rumo que teria de dar na carreira de Maurício, Leonardo Salomão acredita que o problema do lutador seja mais psicológico que físico ou técnico. “Para mim, é totalmente psicológico. Ele é muito dedicado e disciplinado. Para quem faz qualquer esporte, o psicológico influencia muito. Por ele ser uma estrela e ter ascendido a um título muito novo, essa expectativa o influencia. Se você perguntar pra ele, vai falar que não. Mas eu conheço ele há muito tempo e acho que é psicológico”, explicou.

Passada a crise que veio com a derrota para Sonnen, Shogun admitiu que as críticas pesaram sobre ele. “Em qualquer esporte temos que nos adaptar a isso. É muita pressão. Sei que os fãs querem que eu vença. Eu dou sempre meu melhor pra vencer. Com certeza espero voltar a ser campeão. estou treinando forte pra isso e tentar ser campeão novamente.”