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Se o UFC não vai à Olimpíada, a Olimpíada vai ao UFC 170; Ronda lidera card

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

22/02/2014 06h00

Vira e mexe, lá vem aquele papo: e o MMA, não vai virar um esporte olímpico? Apesar da vontade de alguns e do crescimento da modalidade, nada indica essa possibilidade. Mas, se as artes marciais mistas não vão até a Olimpíada, a Olimpíada é que entra como protagonista do UFC 170, neste sábado. Isso porque o card de Las Vegas será liderado por três lutadores que foram aos Jogos com papel de destaque e acabaram migrando para o octógono.

Ronda Rousey – que vem se aventurando também com atriz – está no papel principal do UFC 170. A ex-judoca, medalhista de bronze nos Jogos de Pequim, em 2008, faz um duelo de estilos com outra lutadora que foi ao pódio olímpico: sua compatriota Sara McMann. O evento começa às 21h (de Brasília) e o card principal tem início às 0h de sábado para domingo, com transmissão do canal pago Combate.

E se dependesse apenas de cor de medalha, o favoritismo seria de Sara, quarta no ranking do peso galo. Praticante da luta olímpica, a veterana de 33 anos foi vice-campeã em Atenas-2004, segunda colocada no Mundial de 2003 e campeã pan-americana no Rio-2007. Como o assunto é MMA, as coisas não funcionam bem assim.

Ronda mantém o favoritismo de lutar como campeã do Ultimate, para sua terceira defesa de cinturão. Ela tentará sua nona vitória em nove lutas, e de preferência com sua nona chave de braço.

Depois de vencer a revanche contra Miesha Tate, há menos de dois meses, a campeã fez uma preparação relâmpago, que tem gerado dúvidas quanto a sua condição física e o seu foco. Tudo porque a loira tem combinado sua carreira de lutadora com a de atriz, participando de blockbusters como “Os Mercenários 3” e “Velozes e Furiosos 7”. Ronda refuta se distrair por conta do novo trabalho. “Sou uma lutadora, não uma atriz”, diz.

Já McMann chega à luta mais importante de sua carreira no MMA com cartel também invicto: são sete lutas e sete vitórias, sendo três por finalização e uma por nocaute. Ela estreou no UFC contra Sheila Gaff e o triunfo por nocaute técnico a levou diretamente a uma chance pelo título peso galo.

“Ter ido às Olimpíadas não me ajuda diretamente no MMA, mas me revelou quem eu sou quando estou sob pressão. Sei que posso ir competir e que meu corpo fará o que treinei para fazer”, afirmou ao MMAJunkie McMann, que com seu afiado jogo de wrestling espera controlar melhor as perigosas quedas de judô de Ronda e evitar suas chaves de braço.

Mais um olímpico: Daniel Cormier

A terceira estrela da noite saída direto das Olimpíadas para o MMA também é vinda do wrestling: Daniel Cormier. Ele chegou ao UFC como peso pesado, mas agora tenta uma incursão pelos meio-pesados. O rival original do norte-americano seria Rashad Evans, que se machucou dez dias antes do combate. Assim, o desconhecido Patrick Cummins entra como substituto, apesar de ter apenas quatro lutas na carreira – ele venceu todas.

Cormier esteve nos Jogos de Atenas, em 2004, e bateu na trave, ficando na quarta posição na luta olímpica. Em 2008, quando ele sonhava subir ao pódio e era capitão da seleção dos EUA, um problema no rim o tirou da Olimpíada.

Isso acelerou sua ida ao MMA, o que provou ser uma grande aposta: hoje Cormier totaliza 13 vitórias e segue invicto, ostentando vitórias contra lutadores casca-grossa como Pezão, Josh Barnett, Roy Nelson e Frank Mir.

Demian busca reação

O meio-médio Demian Maia ficou a uma vitória de ter uma chance de lutar pelo cinturão e enfrentou em casa Jake Shields, em Barueri, no ano passado. No entanto, a derrota por pontos frustou o veterano, que agora tem a chance de reagir. O lado bom é que o UFC não aliviou e colocou o forte Rory MacDonald no caminho do paulista.

Rory é o quarto colocado no ranking do UFC e, se representa um risco maior para Demian Maia, também pode permitir ao brasileiro galgar posições importantes na lista e se recolocar na fila do título, que está em aberto.

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Raphael Assunção: rumo ao cinturão

O peso galo Raphael Assunção está quase escondido ali no meio do card preliminar. Mas sua terceira posição no ranking da categoria mostram que não falta quase nada para que ele cole em Renan Barão para uma disputa brasileira pelo título.

O pernambucano vem de cinco vitórias seguidas no UFC e só lamenta o nível de seu rival. Ele pegaria originalmente Francisco Rivera, que teve de deixar o card e foi substituído por Pedro Munhoz, estreante no Ultimate. Mesmo assim, Barão já está ficando sem rivais e uma boa vitória em Las Vegas fará Raphael deixar ainda mais claro se ele é quem merece enfrentar o campeão.