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Brasileiro diz por que largou time de Jon Jones: 'me sentia num presídio'

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

20/03/2014 15h00

A vida de Diego Brandão parece fácil. Campeão do TUF nos EUA, em 2011, ele vive de treinar e lutar e por três anos fez parte da Jackson’s MMA, time que tem o campeão dos meio-pesados Jon Jones como destaque. Mas o que poderia ser um paraíso acabou se transformando numa prisão para o cearense. Rumo ao UFC de Natal, neste sábado, ele preferiu abandonar a cidade de Albuquerque – sim, a sede do seriado Breaking Bad – e voltar a San Antonio para tentar voltar a vencer dentro da organização.

O fato de Diego deixar o maior time de MMA dos Estados Unidos foi de se estranhar. Mas, segundo ele, não foram polêmicas ou brigas que marcaram sua decisão. Foi um problema no coração: as saudades. O campeão do TUF não conseguiu mais suportar o permanente regime de internato em que vivia, longe de outros brasileiros, e preferiu voltar a treinar com um antigo mestre e ao lado de amigos.

“Às vezes só de ver alguém, ou receber um sorriso, já ajuda. Eu estava treinando, treinando e voltava para casa e não tinha ninguém para conversar. Parecia que estava num presídio. Então resolvi voltar para San Antonio, que tem mais brasileiros. Agora estou bem”, garante ele.

Diego cita que “dinheiro não te faz feliz”. Em Albuquerque, ele tinha os treinos em altíssimo nível comandados por Greg Jackson, mas depois disso vivia em compasso de espera. Às vezes tinha a companhia de Igor Araújo, que mora na Europa e passa algumas semanas em Albuquerque, mas era pouco.

“Na primeira vez que vim para os Estados Unidos, foi em San Antonio que fiquei, foi meu mestre Rodrigo Pinheiro que me trouxe”, contou Diego, ao UOL Esporte, admitindo. “Eu sou brasileiro e preciso desse contato com outros brasileiros. Lá em Albuquerque estava muito drama, muita vida sozinha, pagando conta sozinho... Estava com saudade da família e isso estava me fazendo perder o foco.”

Rival de Diego é 23 (!) centímetros mais alto

Diego Brandão agora tem um cartel de 18 vitórias e 9 derrotas, e recentemente viu sua série de três vitórias seguidas ser interrompida na derrota por nocaute contra o duro Dustin Poirier. Antes do combate um acidente de Diego atrapalhou a preparação do brasileiro.

Em Natal, ele encara Will Chope, num duelo no estilo Davi x Golias. O norte-americano é incrivelmente mais alto do que o cearense: 1,70 m de Diego contra 1,93 m de Chope.

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A altura do norte-americano foi uma das atrações quando ele foi anunciado pelo UFC como o “peso pena mais alto do mundo”, distribuindo apenas 66 kg nesta altura toda. Diego afirma que sabe como lutar com rivais deste tamanho, até por experiências anteriores.

“Lutei com o Pablo Garza, que também era bem alto”, relembra ele, sobre o adversário de abril de 2013, a quem finalizou. Garza mede 1,85 m. “Trouxemos caras altos para eu treinar, fizemos simulações, então não é um bicho de sete cabeças.”

Diego também conta com a inspiração em seus ídolos para vencer. “Nessas horas eu lembro do Minotauro e do Wanderlei Silva nos tempos de Pride. Eu sempre via e falava ‘como vai lutar com esse cara?’. Para mim é um prazer ter um desafio desses.”

Will Chope tem 26 anos e um cartel de 19 vitórias e seis derrotas. Ele estreou no UFC em janeiro e perdeu para Max Holloway por nocaute, no segundo round, interrompendo uma série de 14 vitórias.
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