Roy Nelson esquece a modéstia antes de encarar Minotauro: já sou uma lenda
Alguns lutadores são fundamentais no UFC mesmo oscilando entre vitórias e derrotas. Um deles é o gordinho Roy Nelson, aquele tipo de cara que com um golpe muda uma luta e que faz a ponte entre o fã e o evento, já que muitos espectadores olham e pensam: “se esse cara, com essa barriga, pode lutar, eu também poderia”. Nesta sexta-feira ele mostra que mesmo com duas derrotas seguidas segue com moral, ao encarar Rodrigo Minotauro na luta principal em Abu Dhabi – o card começa às 12h50.
Se os números não estão favoráveis, isso não importa para Nelson. Questionar como é encarar uma lenda como o brasileiro, rende resposta sem modéstia: “eu também já virei uma lenda”. Não que o lutador tenha o nariz empinado, pelo contrário. Ele é um dos caras “gente boa” do Ultimate, a ponto de tomar uma surra de Júnior Cigano e depois virar grande amigo do peso pesado.
Em entrevista ao UOL Esporte, Nelson falou sobre a luta com Minotauro e classificou o combate como um “duelo de lenda contra lenda”. Exagero? Pode ser, mas que ele tem mão pesada para nocautear qualquer um, isso já está comprovado. O norte-americano ainda analisou o combate, falou de suas antigas desavenças com o UFC e deixou no ar que ainda poderemos vê-lo fininho, descendo de categoria. Será?
Qual foi sua reação ao saber que lutaria com Minotauro?
O que quero é sempre lutar com os melhores caras do mundo. Minotauro é uma lenda, um cara que criou a categoria dos pesos pesados como conhecemos hoje, junto com o Fedor e o Cro Cop. Qualquer luta com um ex-campeão desde nível é um grande desafio. O que muda é só onde e quando, uma luta dessas é sempre fantástica.
Você já enfrentou uma lenda, Cro Cop, e venceu. Como é encarar outra?
Eu bati uma lenda, então eu virei uma, também! Desta vez será lenda contra lenda, vamos ver quem se dará melhor!
Como você imagina essa luta acontecendo? Dá para manter seu estilo e ir para cima, já que o Minotauro tem mostrado um queixo mais fraco ultimamente?
Eu sempre tento forçar o ritmo e ir para frente, atacar. Quero o nocaute, mas a gente sabe que tudo pode acontecer. Ele é só 18 dias mais velho que eu, então acho que a idade não influi muito nesta luta. O que vai definir é quem vai conseguir executar seu plano de jogo. Ele é ‘old school’, vai vir tentar arrancar minha cabeça. Mas ele também pode tentar coisas diferentes...
Você é bem amigo do Cigano. Já conhecia o Minotauro também? E como fica a amizade com Cigano se vencer?
Não, nós até já nos cruzamos e demos ‘oi’. Mas nunca chegamos a criar uma amizade. Com Dos Santos (Cigano) foi assim, nós ficamos amigos depois de lutar. Quanto à amizade, nós sabemos que é um esporte de lutas, essas coisas acontecem. Nada vai mudar. Dos Santos sabe que eu respeito muito o Minotauro.
Um dos poucos caras que batem de frente com o UFC é você, que inclusive já trocou palavras pouco amenas com Dana White em público. Como está sua situação hoje dentro da organização?
Eu estou fazendo a luta principal aqui em Abu Dhabi, então está tudo muito bem. Quando eu luto, as pessoas sabem que vão ver uma luta como a de um Wanderlei Silva, ou de um Minotauro. Ninguém vai desligar a TV enquanto eu estiver no octógono. Então, os fãs respeitam isso e o UFC sabe da minha importância.
Toda vez que você luta, precisa falar do seu peso. Isso ainda o incomoda?
Sabe, eu não ligo, muitas pessoas falam isso e são caras que querem ser atletas. Na verdade, tem muita gente que me procura para saber da minha dieta e como podem ser atletas como eu. Eu adoro os meus fãs, eles respeitam o meu estilo de luta e sinto que sou a voz para muita gente que gosta do meu jeito de ser.
Aos 37 anos, você já deixou para lá os papos de emagrecer e descer de categoria?
Na verdade, não. Quando você fica mais velho, começa a perder massa muscular e é aí que muitos lutadores tentam se reinventar. Foi assim com o Randy Couture, por exemplo, que transitou entre os pesados e meio-pesados. Quando eu ficar mais velho e estiver perdendo essa massa muscular, posso mudar de categoria, sim.
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