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Fôlego e 'excesso de vontade' minaram Erick Silva, diz empresário

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

12/05/2014 12h38

A equipe de Erick Silva ainda busca as respostas para a derrota deste fim de semana, em Cincinnati, quando o capixaba acabou perdendo para Matt Brown por nocaute técnico. Depois de um bom começo de luta, o brasileiro caiu de produção e levou uma surra do norte-americano. Para Wallid Ismail, empresário do lutador, a falta de gás – ou  fôlego – e um excesso de vontade em encerrar o combate atrapalharam Erick.

Já de volta ao Brasil, Wallid disse que antes da luta Erick estava em sua melhor forma, mas que só uma avaliação com os técnicos da equipe poderá indicar como o brasileiro pode se recuperar.

“Vamos fazer uma análise do que houve. Porque ele estava muito bem treinado, estava mil porcento. Não tinha unha encravada, não tinha desculpa, nada”, afirmou o empresário, que é o comandante do Jungle Fight.

“No meu ver, na minha visão pessoal, quando ele começa a luta, ele tenta finalizar com toda a vontade do mundo, e acho que isso esgota a energia muito rapidamente. Talvez ele precise ir com um pouco mais de calma”, explicou ele.

Erick ficou perto de finalizar Matt Brown. O capixaba começou bem a luta em pé, balançou o rival e partiu para as costas, mas não conseguiu encaixar o mata-leão. Quando a luta voltou para a trocação, o norte-americano acertou alguns golpes, Erick sentiu e aí começou o show de Brown.

“Tem que achar o erro, não sei o que aconteceu com o gás... Mas acho que aconteceu. O caminho é esse mesmo, é guerra. O Erick é totalmente profissional, preparado. Ele é lutador para ser campeão. Tem qualidade técnica para ser campeão. Quase derrubou no segundo round, quando estava morto”, analisou Wallid.

O brasileiro já enfrentou outros tops da categoria meio-médio e também acabou perdendo. Contra Jon Fitch, o mesmo problema de gás aconteceu e ele perdeu uma luta de idas e vindas. Contra Dong-Hyun Kim, era superior até ser nocauteado com um só golpe.

Ao Combate.com, Erick também apontou o mesmo problema: “Poxa, eu cansava de postar coisas falando que eu estava com gás para cinco rounds, e realmente eu estava. Não entendi. Cansei muito no primeiro round, tanto que fiquei assustado quando me senti cansado. Senti um golpe baixo, mas não sei o que foi”. Ele ainda admitiu: “Nessa luta consegui ver que meu lugar ainda não é disputando entre os tops. Os caras estão muito na minha frente.”

O empresário descarta qualquer saída do Ultimate, mesmo que para buscar uma evolução.

“Eles gostam muito do Erick, porque ele dá show. Quem dá show está empregado, por isso que ganhou o bônus de melhor luta da noite. Ele mostra que é guerreiro, nunca pensou em desistir", concluiu.