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Finalista do TUF revela veto a estilingue no reality e bico de figurante

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

28/05/2014 06h00

Warlley Alves esteve na TV nos últimos três meses na Globo, como um dos principais candidatos a vencer o TUF Brasil 3. Mas essa não foi sua primeira experiência nas telas. É porque antes de entrar no reality show ele fez diversos bicos de figurante, inclusive no cinema. Neste sábado, em São Paulo ele volta ao octógono como finalista do programa e promete trazer consigo um velho conhecido, o estilingue que virou marca registrada em suas lutas.

Warlley, que encara Márcio Lyoto na decisão da categoria médio, está acostumado a encarar rivais maiores e mais fortes, a exemplo do que ocorreu no TUF – ele é, na verdade, da categoria meio-médio. Os desafios levaram à sua cabeça a imagem de Davi contra Golias, já que os relatos bíblicos contam que Davi derrotou o gigante com uma funda, uma espécie de estilingue. E foi este objeto que ele adotou como sua marca registrada nos combates que fez antes do TUF.

Acontece que, chegando ao reality, a produção vetou a brincadeira. “No TUF não pude usar, por regras da casa, de que não poderia usar um objeto... bom... algo que poderia ser considerado uma espécie de arma. Então lá não usei, mas agora para a final eu vou levar”, disse o mineiro radicado no Rio, ao UOL Esporte.

“Eu sempre lutei contra caras grandes, então é como se eu enfrentasse um gigante a cada luta. É uma parada em que acredito e que me dá forças”, completou ele, que foi integrante do time de Sonnen no reality.

Figuração e gastronomia no caminho de seu MMA

Warlley descobriu cedo seu caminho como lutador. Ele nasceu em Governador Valadares (MG), mas cresceu na Curicica, no Rio de Janeiro, e por ser um garoto considerado hiperativo foi colocado para fazer lutas. Um garoto “levado” na escola, fez kickboxing e pegou a faixa-preta aos 18 anos.

Na igreja, conheceu um preparador físico que trabalhava com MMA e aceitou se testar na modalidade, já convencido a apostar tudo na carreira de lutador. Isso o fez deixar de lado o sonho de cursar gastronomia, algo que ele almejava, ainda que não tivesse talento. Warlley procurava cursos e estava preparado para entrar na cozinha depois de encerrar o Ensino Médio, mas sua vida tomou outro rumo.

“Eu sempre conto isso, mas a verdade é que não sei fazer nada na cozinha (risos). Nem na casa do TUF eu fazia! Mas acho maneiro, qualquer hora quero fazer, como um hobby. Principalmente aprender sobre a culinária japonesa”, explicou.

A vida de lutador demorou a trazer alguma renda, então foi aí que ele se aventurou nas telas.

“Pelo fato de só receber quando lutava, pensei que precisava arrumar um trampinho paralelo. Então passei a fazer figuração em filmes, esporadicamente”, revela ele.

“Lembro que fiz o “Heleno”, com o Rodrigo Santoro. Lembro como se fosse ontem. Fomos gravar lá no estádio do Vasco, era um frio, de madrugada, e eles ligaram uma chuva artificial e deixaram a gente gritando. Eu pensava: ‘que coisa surreal...’”, detalhou ele.

Warlley - Reprodução - Reprodução
Onde está o Warlley? Lutador fez bicos de figurante, como no filme "Heleno". Ele está ali no meio da galera, sob uma chuva artificial que caiu no estádio de São Januário
Imagem: Reprodução

Mas foi no ringue que ele se encontrou. Logo em sua primeira luta, Warlley conseguiu um nocaute relâmpago, triunfando em apenas 33 segundos. “Essa luta eu comecei muito nervoso, mas quando o cara deu o primeiro soco e consegui fugir, relaxei e falei: ‘quer saber, já que tô aqui mesmo...’. Aí caí pra dentro e acabei a luta”. Depois, foram mais cinco vitórias, incluindo quatro pelo Jungle Fight antes de ser aprovado na seletiva do TUF.

O lutador teve uma atuação de destaque na casa. Nas suas duas últimas lutas, venceu com show: um nocaute com joelhada e uma guilhotina em cerca de 30 segundos. “Lutar esse evento em SP é o início da realização de um sonho. Quero ser campeão, assinar contrato, lutar com os melhores e me testar a cada momento”, disse ele, sobre a final contra Lyoto.