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"Quando eu o acertar, Jones vai sentir a diferença", diz ex-pesado Cormier

Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

05/08/2014 12h00

Daniel Cormier é o oitavo desafiante a entrar no caminho número 1 do UFC, Jon Jones. Mas, depois de vencer tantos e tão diversos lutadores, da incógnita Alexander Gustafsson a Lyoto Machida, o que um novo rival pode trazer de novo para colocar em risco o título do campeão dos meio-pesados? A resposta está no peso. Não só no número na balança, mas tudo o que o histórico de peso pesado de Cormier levará ao octógono. Principalmente a força dos punhos.

O norte-americano fez carreira como peso pesado e chegou invicto ao UFC depois de uma jornada de sucesso no Strikeforce. No Ultimate, ganhou de Frank Mir e Roy Nelson e aí desceu ao meio-pesado, categoria de até 93 kg. Neste peso, nocauteou Patrick Cummins e finalizou Dan Henderson. E, pelo que sentiu, ainda traz consigo toda a potência de seu passado.

Em entrevista ao UOL Esporte, dada antes da briga entre os dois, Cormier respondeu se ter sido um peso pesado o ajudará contra o gigante Jones.

“Com certeza isso me ajuda. Eu já lutei com caras mais altos. Já lutei com caras fortes, já os nocauteei”, explicou ele, antes de abrir o jogo. “Cara, ser socado por Pezão, por Mir, Roy Nelson... É um saco... Toda vez que um peso pesado te acerta é: ‘UAU’! Eu sei bem como é isso, mas quando eu acertar Jones pela primeira vez, ele vai sentir a diferença.”

Cormier faz o tipo confiante. Tem trocado palavras duras pelas redes sociais com Jones. Mas não se ilude. Sim, ele se acha o lutador com o melhor wrestling do MMA na atualidade. E ainda assim diz que não é o bastante para vencer um rival como Jones.

“Eu acho que meu currículo no wrestling fala por si próprio. Eu fiz coisas que os outros caras não fizeram. Eu acho que sou o melhor sim. E acho que esta vai ser uma chave para vencer, mas não acho que será o que definirá. Eu terei de fazer tudo, senão Jon Jones vai me bater. Se eu não chutar, socar, agarrar e usar meu wresrtling, não vou conseguir”, admitiu ele.

“Olhe, Jon ganhou com o cinturão com 23 anos e defendeu 7 vezes, sei o quão duro ele é. Mas eu acredito que vou lutar meu melhor. Preciso estar no topo do meu jogo, mas sempre espero estar. Não ganharia de Josh Barnett e Dan Henderson se não tivesse... Eu sei que vou estar preparado, porque eu trabalho muito para isso”, completou.

O veterano de 35 anos e medalhista de bronze no wrestling, no Mundial de 2007, é famoso por ter a língua solta e gostar de falar muito antes da luta. Mas agora ele afirma que não foi quem começou na troca de provocações com Jon Jones.

Cormier diz que foi Jon Jones quem o atacou primeiro, com uma mensagem privada em uma rede social. Desde então, ele tem – segundo o desafiante – apenas retrucado, mas não como uma estratégia.

"Ele é sempre o primeiro a provocar. Eu prefiro ficar quieto, mas não perco tempo se me provocam. Não sei porque ele assumiu esse personagem. Não sei se ele gosta de mim ou não, mas é assim no esporte, vamos nos encontrar e falar muito fora do octógono, mas tudo se resolve na hora da luta. É por isso que amo o MMA. Tudo o que eu digo não é para quebra-lo, não acho que eu vá falar algo que não o fará competir. Não estou fazendo jogos mentais. Eu só estou respondendo a suas provocações, literalmente.”

Jones e Cormier fazem a luta principal do UFC 178, em Las Vegas. O card, marcado para 27 de setembro, terá ainda a volta do ex-campeão peso galo Dominick Cruz após mais de dois anos afastado por lesão e a brasileira Amanda Nunes encarando Cat Zingano.