Brasil escapa de fiasco no UFC e pode voltar a ter três campeões em 4 meses
Uma eventual derrota do brasileiro José Aldo para Chad Mendes, na madrugada deste domingo, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio, seria um fiasco indigesto para o MMA nacional com a chance de o país ficar sem nenhum campeão no UFC após oito anos. Mas a vitória por pontos não só evitou a frustração como dá a oportunidade de uma recuperação para voltar a vivenciar os grandes momentos.
Desde que Anderson Silva tomou o cinturão dos médios de Rich Franklin, em 2006, sempre o país teve algum dono de cinturão da maior organização de artes marciais mistas do mundo. O número chegou a ser até de quatro ao mesmo tempo (sendo um interino). Após a histórica luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, em 2011, estiveram no topo Spider (médios), Mauricio Shogun (meio-pesados), Junior Cigano (pesados), Renan Barão(galos) e o próprio Aldo (penas).
Nos próximos quatro meses, o Brasil pode voltar a ter três campeões. No dia 15 de novembro, na Cidade do México, Fabrício Werdum disputa o cinturão interino dos pesados contra Mark Hunt, na final de um TUF que deveria ter o atual dono da cinta, Cain Velasquez. Mas ele se lesionou, e a organização decidiu que o combate valerá o título provisório até que retorne.
O americano com ascendência mexicana não luta há mais de um ano, quando defendeu o título contra Júnior Cigano. Se bater Hunt, Werdum enfrentará na sequência Velasquez para tentar validar de vez a conquista.
Já em fevereiro, em data ainda não confirmada, Vitor Belfort encara Chris Weidman para tentar o título dos médios, que já foi de Anderson Silva durante sete anos.
Esse duelo já foi adiado por duas oportunidades. Uma por lesão de Weidman, e outra por afastamento de Belfort em função de mudança de regulamento da Comissão Atlética de Nevada, que aboliu o uso da TRT (terapia de reposição de testosterona) em qualquer luta. O brasileiro, que fazia uso do tratamento, foi forçado a passar a vez para Lyoto Machida, que acabou perdendo por pontos para Weidman.
Uma eventual derrota de Vitor, no entanto, não colocará fim às chances brasileiras de tentar ficar com o cinturão dos médios em curto prazo. É possível que depois dele, Ronaldo Jacaré é um dos mais cotados para uma disputa de cinturão. Não é de se espantar que até Anderson Silva venha a ter uma chance se vencer bem o americano Nick Diaz, em seu retorno, previsto para o dia 31 de janeiro, em Las Vegas.
Durante toda a semana, Aldo não demonstrou preocupação com o fato de sua disputa de título poder fazer o país ficar sem nenhum em caso de derrota. E, após a vitória sobre Chad Mendes por pontos, disse nunca vai perder o cinturão.
“Agora é dever cumprido. Mantive meu cinturão. Tinha possibilidade de perder. Enquanto eu estiver aqui esse trono ficará do meu lado. Quero encerrar a carreira invicto.”
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