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"Me dê dinheiro e poder pra você ver", diz Maldonado sobre simplicidade

José Ricardo Leite

Do UOL, no Rio de Janeiro

24/10/2014 06h00

“Fala Fião”. A típica frase de pessoas do interior de São Paulo é proferida em diversos momentos pelo meio-pesado Fabio Maldonado, meio-pesado brasileiro que luta neste sábado contra o holandês Hans Stringer, em duelo dos meio-pesados no UFC 179, no Maracanãzinho.

O “Caipira de Aço”, como se batizou em busca de popularização na entidade, faz jus ao nome. Fala com sotaque interiorano e transparece simplicidade. Parece que tudo sai de uma forma muito pura. “Eu sou do tipo de cara assim....que gosta de sair na rua e ver as coisas boas da vida, sabe?”, falou na última quinta-feira em meio a uma das perguntas sobre seu perfil. “Mas assim...na hora H, no vestiário, antes da luta, lá eu fico nervoso.”

Quando perguntado por um grupo de humoristas se sairia pra beber depois da luta, respondeu rápido. “Depois da luta vamos tomar umas, se ganhar é pra comemorar, e se perder é porque vai ser preciso (beber)”, rebateu, na lata.

Quando questionado sobre sua simplicidade, Maldonado soltou mais uma de suas pérolas. “Olha, acho que não dá para dizer que eu sou um caras simples assim não, viu rapaz... é porque não sou campeão. Me dá aquele cinturão lá pra você ver como vou ficar”, declarou.  “Se eu pegar ele um dia, sai da frente...dê dinheiro e poder pra um homem pra você ver como ele vai ficar, continuou", em claro tom de brincadeira.

Maldonado se batizou de Caipira de Aço por até sua última luta nunca ter levado um nocaute e ser um dos maiores casca grossas do MMA. Sempre fez lutas empolgantes e mesmo após receber muitos socos, se mantinha em pé como um guerreiro.

Mas, em maio deste ano, o mito de seu queixo de aço caiu quando resolveu aceitar um desafio muito difícil: substituir Junior Cigano no evento principal de uma etapa do UFC em São Paulo e lutar na categoria dos pesados, uma acima da sua. Abraçou a chance, subiu de peso e foi para o octógono mesmo com poucas semanas para se preparar.

Apenas o final que não foi feliz. Maldonado acabou nocauteado pelo croata Stipe Miocic em apenas 35 segundos. Ainda assim, diz não se arrepender de ter assumido uma responsabilidade além de suas possibilidades.

“Não foi, acho que não foi (errado ter aceitado a chance), acontece. É só você olhar aí, eu ganhei do Joey Beltran, por exemplo, e ele (Miocic) também ganhou dele por pontos. Aconteceu, entrou a mão dele, mas não foi sorte. Não me arrependo. Eu estava treinando e muito bem, não tive problema com peso. Mas claro que ficou engasgado, não é fácil ir lá e tomar um pau em 35 segundos”, explicou.

Não demonstrou incômodo com a o fim da fama de “incaível”. “Só na última que caí e também pro Glover foi nocaute técnico (interromperam a luta). Mas eu acho que todo mundo é ´nocauteável´. O Roy Nelson foi nocauteado agora, o Mark Hunt também foi”, lembrou.