Aldo luta por título que resta ao Brasil no UFC e evitar "Maracanazzinho"
Se o Maracanã viu há 64 anos uma frustração com o futebol, o seu “irmão menor” pode ver na madrugada deste domingo uma cena relativamente semelhante, em menor proporções, claro, mas com o MMA. O brasileiro José Aldo defende o cinturão dos penas do UFC contra o norte-americano Chad Mentes,no Maracanãzinho, no UFC 179, no Rio, e um revés pode fazer o Brasil não ter nenhum represente como campeão da entidade após oito anos.
Desde que Anderson Silva tomou o título dos médios de Rich Franklin, em 2006, sempre o país teve algum dono de cinturão da maior organização de artes marciais mistas do mundo. O número chegou a ser até de quatro ao mesmo tempo (sendo um interino). Após a histórica luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, em 2011, estiveram no topo Spider, Mauricio Shogun, Junior Cigano, Renan Barão o próprio Aldo, o único que se mantém até agora.
Perder o último, e em casa, é algo que frustraria em muito a torcida que fez fila no fim de semana para ver o combate do amazonense radicado no Rio de Janeiro e que tem até torcida organizada na cidade. Mas, para ele, não existe pressão alguma a mais em função do que se passou com outros lutadores.
“Não me sinto pressionado por isso, nem penso nisso de ser ou não o único brasileiro (com cinturão). Isso pra mim fica lá fora. Vou lutar como sempre lutei normalmente e deixo isso do lado de fora. Estou concentrado e nem penso nesse tipo de coisa. Meu foco é só no treinamento. Hoje não sinto responsabilidade nenhuma”, falou o campeão.
Seu treinador e fiel companheiro em cada evento, Dedé Pederneiras, adiantou que já conversaram sobre o assunto para aliviar o brasileiro de qualquer tipo de pressão extra particular em função dos resultados negativos recentes de brasileiros.
“Ele não se preocupa com essa questão, é um cara tranquilo e sabe que o trabalho dele é só ir treinar e lutar. Faz parte do esporte perder ou vencer. E sempre conversamos esse tipo de situação”, comentou.
Com seu jeito humilde, Aldo reverte o que poderia ser pressão para algo que é até prazeroso. Distribuía sorrisos e demonstrava tranquilidade em seu treino aberto no Maracanã. Vivenciou o momento e lembrou dos tempos de fã das arquibancadas. “Fazer um treino aberto aqui onde eu vinha como torcedor, fico muito honrado por isso. Sempre quero sentir o apoio deles, essa energia, esse carinho”, explicou.
E lutar no Rio e vencer é quase que uma tradição. Na Arena HSBC, já venceu o “Zumbi” Coreano e o próprio Chad Mendes em duas de suas seis defesas de cinturão. Mas Mendes venceu cinco duelos depois disso. E se diz outro lutador. “Estou melhor e muito mais preparado. Me sinto mais forte e confiante. Chegou a minha hora de ser rei”, falou.
Logo foi rebatido pelo amazonense, que, ao contrário do que o de costume, usou do famoso “trash talk” para cutucar o oponente. “Ele está com mais moral porque venceu várias lutas seguidas (após o primeiro embate), mas pelo que eu analisei das lutas e não vi uma melhora dele como diz não”, falou.
Seja real vontade exacerbada ou apenas promoção do duelo, entre as palavras usadas nesta quinta por Aldo teve papagaio, caminhão e até o tradicional “porrada”. “Eu vou pra cima que nem um caminhão desgovernado Falar até papagaio fala, mas lá dentro será só eu e ele e vamos ver quem é quem”, prosseguiu. “Lá dentro é porrada, soco, chute, vai ter de tudo.”
O card preliminar terá início às 21h (horário de Brasília), e o principal, à meia-noite.
UFC 179
25 de outubro de 2014, no Rio de Janeiro (RJ)
CARD PRINCIPAL
Peso-pena: José Aldo x Chad Mendes
Peso-meio-pesado: Glover Teixeira x Phil Davis
Peso-meio-pesado: Fábio Maldonado x Hans Stringer
Peso-pena: Darren Elkins x Lucas Mineiro
Peso-leve: Diego Ferreira x Beneil Dariush
CARD PRELIMINAR
Peso-meio-médio: William Patolino x Neil Magny
Peso-leve: Yan Cabral x Naoyuki Kotani
Peso-mosca: Wilson Reis x Scott Jorgensen
Peso-pena: Felipe Sertanejo x Andre Fili
Peso-leve: Gilbert Durinho x Christos Giagos
Peso-leve: Fabrício Morango x Tony Martin
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