Rixa com "bobo da corte" pode dar a Aldo luta de apelo como Spider x Sonnen

“Vi lutas passadas do Aldo, ele é fraco e não vai me aguentar. Ele não aguentará dois rounds. Ele não me aguenta. Vou arrancar a cabeça dele.” A frase foi proferida pelo irlandês Conor McGregor, na sexta-feira, diante de um Maracanãzinho cheio de fãs do brasileiro atual campeão dos penas do UFC.

A provocação soou como um tapa na cara do público, que se revoltou e passou a trocar xingamentos com o lutador em um evento de perguntas e respostas antes do UFC 179, realizado no sábado. Sobraram ironias sobre seu estilo, com terno de grife, barba e óculos escuros e até seu cabelo. Ouviu palavrões e até desafio para briga.

Tudo isso, somada à vitória de Aldo sobre Chad Mendes, só esquenta e apimenta ainda mais uma eventual disputa de cinturão do brasileiro contra o irlandês, em um dos duelos que passaram a ser mais esperados antes mesmo de ser marcado. O jeito provocador de Conor e sua capacidade de promover luta somados à sua impressionante qualidade técnica podem fazer o combate ter um dos maiores apelos na organização, semelhante à segunda vez de Anderson Silva e Chael Sonnen.

O irlandês virou uma aposta da entidade para se tornar um dos mais polêmicos e carismáticos personagens da entidade, que vive em baixa com esse tipo de lutador depois das aposentadorias de Chael Sonnen, Wanderlei Silva e da longa ausência de Anderson Silva.

McGregor tem o dom da retórica, prova o tempo todo, chama atenção pelo visual diferente, e luta como um trocador que dá show e até debocha dos adversários. O irlandês vem de 11 vitórias seguidas no MMA, quase todas elas avassaladoras.  Só uma delas durou mais de dois rounds. Conor chegou como aposta para balançar uma das categorias mais leves, que não costumam ter nomes de grande impacto.

Seu carisma é reconhecido até pelo estafe técnico de Aldo. Dedé Pederneiras, seu treinador, só não quis opinar se tecnicamente o irlandês vale tudo o que dele se fala a rápida projeção como um fenômeno da categoria. “Se vale ou se não vale isso é algo difícil, não sei te falar. Mas que foi bom ele ter vindo, foi. No quesito promoção foi muito boa essa vinda dele para dar essa agitada toda”, admitiu.

No entanto, para que tudo isso ocorra, é preciso primeiro que ele vença seu próximo combate, no dia 18 de janeiro, em Boston, contra o alemão Denis Siver. Mas ele nem conta com a chance de perder e já pediu luta em estádio. “Se eu lutar no Brasil tem que ser em um estádio, se for pra ser aqui tem que ser num estádio aqui do lado pra 80 mil pessoas. Eu loto estádio de futebol, seu campeão José Aldo não lota."

O chefão do UFC, Dana White, já adiantou que o duelo tem tudo pra acontecer, mas lembrou que o irlandês precisa vencer primeiro. Já Aldo entrou totalmente no clima e quer o embate. Ainda no octógono, alfinetou o rival e disse que espera uma luta contra um "bobo da corte". Depois, na coletiva, voltou a falar sobre o tema. E afirmou que essa luta tem tudo para ser bem promovida e que ele fará o possível para que ela repercuta com as provocações.

“Tem um bobo da corte, um cara que só fica falando e nunca pegou ninguém tão duro como a gente (ele e Chad Mendes). Já ouvi isso, o Sonnen sempre falou e perdeu. Pode falar à vontade. Sabemos como é difícil a categoria. Sabemos que lá dentro fazemos e acontecemos”, falou.

“Quando eu cheguei sonhava ser campeão e não via esse lado (de vender bem uma luta). Mas temos que pensar no lado financeiro. Pra mim, se for o Conor vou dar o máximo  e promover no que puder a luta, porque saímos ganhando todo mundo. Não só eu. Tenho equipe de dez pessoas e tenho que pagar todo mundo. Tenho que fazer boa divulgação, promoção pra vencer a luta. Muita gente depende de mim. Se for o Conor vamos fazer sim uma grande promoção da luta.”