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Machida reflete sobre críticas e está com saudade dos nocautes. Terá hoje?

José Ricardo Leite

Do UOL, em São Paulo

20/12/2014 06h00

Lyoto Machida surgiu no UFC como um fenômeno que impressionava pela agilidade, estilo ortodoxo e potência nos golpes. Levou o cinturão dos meio-pesados depois de nocautes contundentes contra Thiago Silva e Rashad Evans, em imagens que viraram clássicos nas promoções de suas lutas e enriqueceram seu portifólio

Mas, depois de perder o cinturão ao ser nocauteado por Mauricio Shogun, em 2010, Lyoto passou a conviver com as críticas em seu jogo. Mais recentemente, após a derrota para Chris Weidman na disputa do cinturão dos médios, voltou a ouvir reclamações sobre sua falta de agressividade e frequência de levar as decisões para as mãos dos juízes. Até o chefão da entidade, Dana White, o questionou sobre isso.

Apesar disso, o carateca nunca teve reações negativas ao ouvir críticas. Sempre dizia que o que ouvia era fruto dos que queriam ver suas vitórias. Agora, para o duelo contra CB Dollaway, na madrugada deste domingo, no UFC Barueri, disse que assimilou os mais recentes comentários e tentará mudar.

Admite estar com saudade dos nocautes (o último foi há mais de um ano, contra o amigo Mark Muñoz). “A mudança é constante. Você tem que estar sempre mudando. Venho aprendendo com tudo isso, com cada crítica positiva e tento tirar algo bom disso. E melhorando cada vez mais meu jogo e minha carreira profissional. É o conjunto que faz o atleta”, explicou o peso médio.


“Saudades (do nocaute) sempre tenho. Nos treinos estou batendo pra acertar, é bom ver o cara cair até no treino. É brincadeira, no treino temos cuidado. Mas na luta o nocaute é o ponto máximo, um golpe quase que perfeito. O nocaute dá uma saudade sim e estou com saudades do nocaute”, reiterou.

 

Apesar disso, Lyoto adianta que a vontade de derrubar o rival para dar espetáculo ao público não pode se transformar em uma ansiedade negativa que faça adotar uma tática desorganizada.

O nocaute é uma consequência do meu trabalho. Eu não posso entrar pensando muito nisso, se não vou travar e ficar preso. É uma coisa que tem que deixar acontecer. Você relaxa e aí acontece. Não pode ficar pensando muito. Tem que soltar o jogo e se o golpe entrar, não nasce mais cabelo”, brincou.

Uma boa vitória sobre Dollaway pode recolocar o brasileiro no caminho de uma nova disputa de cinturão depois de perder de Weidman. Machida é o atual quarto colocado do ranking dos médios, atrás de Anderson Silva, Vitor Belfort e Ronaldo Jacaré. O primeiro volta a lutar contra Nick Diaz, no dia 31 de janeiro, enquanto o segundo faz disputa de cinturão contra Weidman no dia 21 de fevereiro. Jacaré enfrenta Yoel Romero. Além deles, há outros nomes fortes em ascensão, como Luke Rockhold (quinto do ranking), e a chegada de Dan Henderson, que desceu dos meio-pesados.

“Tem muita gente bem supostamente na minha frente, como o (Luke) Rockhold e o (Ronaldo) Jacaré. Cada luta é uma luta e espero conseguir o lugar ao sol pra disputar o título.”

Dollaway, que já venceu nomes como Daniel Sarafian e Cézar Mutante,  tem como preferência a luta agarrada e a tendência é que evite a trocação com o brasileiro para buscar a luta no solo. “Ele é um cara bom de chão e tem pancada forte. Não estou preocupado com ele, mas com o que eu vou fazer”, disse Lyoto.

UFC BARUERI

Card principal (a partir da 1h de Brasília)

Peso médio: Lyoto Machida x CB Dollaway
Peso galo: Renan Barão x Mitch Gagnon
Peso meio-pesado: Antonio Cara de Sapato x Patrick Cummins
Peso leve: Elias Silvério x Rashid Magomedov
Peso meio-médio: Erik Silva x Mike Rhodes
Peso médio: Daniel Sarafian x Junior Alpha

Card preliminar (a partir das 22h de Brasília)
Peso meio-pesado: Marcos Pezão x Igor Pokrajac
Peso pena: Renato Moicano x Tom Niinimaki
Peso pena: Darren Elkins x Hacran Dias
Peso galo: Leandro Issa x Ulka Sasaki
Peso meio-médio: Marcio Lyoto x Tim Means
Peso médio: Vitor Miranda x Jake Collier