A 3 dias do evento, uso de maconha de rival quase cancelou luta de Anderson

O combate entre Anderson Silva e Nick Diaz ficou próximo de ser cancelado, a três dias de sua realização. O problema foi o uso de maconha por parte do norte-americano Nick Diaz, substância que no fim foi encontrada em seu exame antidoping pós-luta, resultando no terceiro flagra para a droga na carreira do lutador.

O grande problema enfrentado por Diaz foi que ele demorou – e muito – para conseguir entregar uma amostra com o organismo limpo para a Comissão Atlética de Nevada. Com isso, foi apenas com três dias para a realização do UFC 183 que ele conseguiu sua licença para lutar e foi liberado.

“Quero dizer que por volta do dia 28 de janeiro eu notifiquei o UFC que ele (Diaz) não poderia lutar, a menos que conseguimos um teste indicando que seu organismo estava limpo”, afirmou ao MMAJunkie o diretor executivo da Comissão, Bob Bennett.

Por ser reincidente no uso de maconha, com flagras em 2007 e 2012, Diaz só poderia ganhar uma licença para lutar com um teste que indicasse que seu organismo não tinha metabólicos da droga, considerada “recreativa”. No entanto, o lutador é um enfático defensor da maconha e tem licença para usá-la medicinalmente. Ele inclusive postou uma foto com um medicamento com maconha na composição para se defender deste novo caso.

De acordo com o técnico Cesar Gracie, em entrevista ao MMA Fighting, Diaz passou por diversos testes, sendo reprovado vez após vez. As amostras sequer chegaram a ser enviadas à comissão, e não haveria punição, já que usar maconha fora do período de 12 horas antes ou depois de lutas não é ilegal.

No entanto, a falta de um único teste negativo é que quase cancelou a luta. No fim, Diaz conseguiu a aprovação, mas depois da luta foi pego, indicando que tão logo recebeu o aval para o combate, retomou o uso. O nível da droga em seu corpo foi o dobro do permitido: 300 nanogramas/mililitro, contra 150. 

Gracie nega: “Meu entendimento é que ele passou pelo teste e depois não fumou. Acho que o esforço pela luta afetou o teste, e por isso ele deu positivo". Bennett rebate, com veemência. “É óbvio que uma vez que ele nos providenciou uma amostra negativa, começou a fumar novamente.”

Para o técnico, o flagra não chegou a ser surpreendente. “Não foi chocante. Ninguém ficou surpreso. Estou desapontado. É só uma distração, e não quero isso. Esse cara é um lutador brilhante, preferia estar falando sobre o quão talentoso ele é.”

Diaz também causou confusão junto ao UFC, por faltar a eventos promocionais. Ele não pegou o voo esperado para levá-lo a Las Vegas no dia previsto, e faltou ao treino aberto, deixando Anderson sozinho no evento.

Como é reincidente e foi pego com maconha no organismo no exame pós-luta, dentro do período de competição, Diaz deve levar mais uma suspensão e ficar um longo tempo afastado do octógono.