'Especialista' em doping, Sonnen aconselha Anderson: se é culpado, admita

Chael Sonnen hoje é comentarista de MMA na TV dos Estados Unidos. Com o flagra de Anderson Silva em exame antidoping por uso duas substâncias anabólicas, ele acabou virando o principal nome ouvido para falar do assunto: isso porque ele já foi pego no antidoping repetidas vezes e admitiu que em parte da carreira burlou as regras, beneficiando-se de políticas fracas de controle nos últimos anos. Chamado a falar do assunto, o falastrão aconselhou ao brasileiro: se for culpado, admita.

“Se ele fez isso, eu o encorajaria e a qualquer outra pessoa a fazer o que fiz. Simplesmente venha a público e diga: ‘eu fiz isso’”, afirmou o aposentado Sonnen, à TSN. “A porta ainda está aberta para você vir a público e nos falar o que aconteceu. Diga: ‘olha, ainda estava no meu sistema. Fui pego. Desculpa’. Saia de cena, a tela fica preta e descem os créditos.”

Sonnen foi pego em exames antidoping após o UFC 117, na primeira – e história – luta contra Anderson Silva, por excesso de testosterona, e antes do UFC 175, quando falhou em múltiplas oportunidades, com substâncias usadas para tentar se adequar à nova realidade, sem TRT (tratamento de reposição de testosterona). Anderson e Sonnen também se enfrentaram no UFC 148, com nova vitória do Spider.

Nas aparições de Sonnen para falar de Anderson, o falastrão adotou um tom sereno e compenetrado, sem acusações diretas, mas analisando o que viu. O Spider, por outro lado, negou o doping.

“Este laboratório é custeado pelo governo dos Estados Unidos, e vai se defender com vigor. Se ele fez isso (se dopou), eu aconselho a jogar limpo e falar a verdade, como eu fiz”, afirmou o ex-lutador, que se aposentou após os problemas antes do UFC 175.

Sonnen afirmou que vê como normal Anderson tomar medicamentos para ajudar na reparação de sua perna. Mas lembrou que, do ponto de vista esportivo, as coisas são bem mais complicadas. Ele pontuou ainda que não viu mudanças físicas no corpo de Anderson Silva. E que isso pode ser perigoso, pode indicar que o uso de substâncias ilícitas vinha de longa data.

“Eu achei que ele estava, fisicamente, o mesmo de sempre. O que leva a especulação de há quanto tempo algo está rolando aí. Não quero colocar combustível nessa fogueira, mas, se você quer falar do aspecto visual, que tem significado nesses casos, ele parecia o mesmo de sempre”, completou Sonnen, salientando: "mas estamos apenas especulando sobre isso".