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Ioga, boxe e ginástica artística: os segredos de Mir, o carrasco de Pezão

Do UOL, em São Paulo

23/02/2015 10h00

O UFC não costuma ter muita paciência com lutadores, e o limite mais comum é o de três lutas sem vitória antes que o “facão” os corte do plantel. Peso pesado com mais lutas na organização e duas vezes campeão (uma delas de forma interina), Frank Mir testou os chefes. Foram quatro derrotas seguidas, mas na madrugada desta segunda-feira, ele precisou de dois minutos para mostrar que recuperou a forma. O nocaute em Antonio Silva, o Pezão, teve influência de três modalidades, duas delas incomuns para brutamontes do MMA: boxe, ginástica artística e ioga.

Mir chegou a cogitar se aposentar após a série negativa. Seu último triunfo havia sido contra Minotauro, quando quebrou o braço do brasileiro em 2011. Depois, disputou o cinturão contra Júnior Cigano e foi nocauteado, antes de perder em fila para Daniel Cormier, Josh Barnett e Alistair Overeem.

“Depois disso eu conversei com Lorenzo (Fertitta, um dos donos do UFC) sobre me aposentar. Minha mulher riu de mim e me propôs que eu desse um tempo, que ficasse seis meses fora”, explicou ele, na coletiva de imprensa, em Porto Alegre.

A ioga foi a primeira das modalidades a surgir. Mas não serviu como esporte, e sim como um sinal de que caminho seguir. A mulher de Mir o chamou para uma aula, e ele aceitou. Ao se ver tentando alongamentos e se acabando em dores, enquanto as participantes faziam tudo com facilidade, ele sentiu os pesos dos anos lutando MMA, com lesões e problemas não curados.

“Fiquei um tempo fora e depois comecei a treinar ginástica artística. Em algum tempo, passei a conseguir fazer aberturas e hoje quase consigo dar mortais”, contou Mir, sobre sua recuperação física.

Depois, veio a recuperação técnica. O norte-americano voltou a treinar sério, e foi proposto que ele se dedicasse com ênfase ao boxe. Foi chamado o técnico Angelo Reyes, mas ele ainda resistia.

“Não temos tantos treinadores de boxe, acho que não os usamos bem no MMA. No começo achei que não ia funcionar. Mas deu certo. Caras bons no boxe dão bons jabs, como Oscar de la Hoya. Olhe para Júnior Cigano, uma das razões dele ser bom são seus jabs. Uma vez que você domina com jabs, você consegue lançar outros golpes. E foi isso que aconteceu nesta luta”, afirmou o lutador.

Mir, que costuma lutar de canhoto, iniciou o combate como destro e atacando Pezão com jabs. O brasileiro respondeu com chutes frontais, mas não ofereceu riscos ao rival. Antes da marca dos dois minutos, um cruzado do ex-campeão pegou na cabeça de Pezão, e foi o começo do nocaute, terminado no ground and pound.