Zebras fazem a festa no UFC, batem recorde e Brasil dá vexame em P. Alegre
A noite de domingo em Porto Alegre foi de pesadelo para o Brasil. Mas não foi só isso que chamou a atenção. Além de os brasileiros perderem 8 de dez combates em que houve participação dos lutadores da casa, a noitada teve um recorde de azarões nas casas de apostas se dando melhor sobre os favoritos, quebrando até um recorde.
Para se ter uma ideia da zica que aconteceu em Porto Alegre, aí vai um dado: esta edição do UFC superou a realizada em Natal, com Shogun x Henderson na luta principal, como o evento com mais vitórias de azarões das casas de apostas. De nove, a nova marca passa a ser de dez lutas com zebras triunfando. E isso contando não só UFC, mas eventos como Pride, Dream e Strikeforce. A informação é do jornalista Mike Bohn, do MMAJunkie, e engloba o período coberto pelo Fight Metric, o site de estatísticas que alimenta o UFC.
O Brasil pode colocar em sua conta três vitórias em Porto Alegre. Mas, para isso, precisa considerar neste número o triunfo de Santiago Ponzinibbio, o argentino chamado de “gente boa” por sua participação cheia de carisma no TUF Brasil 2. Além dele, os triunfos só vieram de nomes ainda pouco conhecidos, nas duas primeiras lutas da noite: Ivan Batman e Douglas Silva. O evento foi repleto de revelações e jovens talentos que tinham tudo para dar bons passos rumo ao estrelato, mas que falharam
O maior golpe sofrido foi por Antonio Silva, o Pezão, que pela segunda vez seguida liderando um card no Brasil acabou nocauteado no primeiro round pelo ex-campeão Frank Mir. Em menos de dois minutos, ele foi pego por um cruzado e acabou perdendo no ground and pound. O paraibano não vence desde 2012, e agora corre risco dentro da organização. Mir, por outro lado, ressuscitou. Foi sua primeira vitória desde 2011, quebrando uma série de quatro derrotas seguidas.
O roteiro do pesadelo
A noite começou bem para o Brasil, com duas vitórias seguidas. Primeiro foi Ivan Batman quem venceu. Ele bateu por pontos o norte-americano Josh Shockley, recuperando-se de uma derrota no Ultimate. Depois, Douglas Silva, o D’Silva, fez o mesmo com Cody Gibson e venceu pela primeira vez no UFC.
O tormento começou em seguida. Tiago Trator, que tinha dez vitórias seguidas e havia estreado bem no UFC, pegou Mike de la Torre, que não vencia há um ano, e acabou nocauteado por ele, em apenas três minutos de luta.
Começava, depois disso, a lista de lutadores de mais renome no país e com chances de ser a nova geração do MMA brasileiro. William Patolino, vice-campeão do TUF Brasil 2, já vinha de uma derrota por nocaute. Ao encarar Matt Dwyer, tomou outro, e com requintes de crueldade. Foi pego por um superman punch.
Jéssica Andrade, então, chegou com quatro vitórias no octógono para encarar Marion Reneau, que teve menos de dois meses de preparação. E parecia que ia ganhar. Ela conseguiu um knockdown contra a rival, mas bobeou: foi pega em um triângulo e finalizada, podendo perder posições no ranking das pesos galo, em que era 10ª.
Fim de card preliminar, e, no principal, Santiago Ponzinibbio deu uma pontada de esperanças. O brasileiro fez um lutão com Sean Strickland, conseguiu um triunfo por pontos e agora vive boa fase na categoria meio-médio, com duas vitórias seguidas. Depois do argentino que luta também pela torcida brasileira, foram só derrotas para os atletas da casa.
Iuri Marajó, que despontou como um peso galo com potencial desde sua luta com Urijah Faber – ainda que tenha sido derrotado -, vinha de três vitórias seguidas e pegou o desconhecido Frankie Saenz. Depois de três rounds, ele perdeu por larga diferença nos pontos, 30-27, 30-27 e 28-29.
E pior ainda sofreu Cezar Mutante. O paulista radicado em Belo Horizonte tinha o favoritismo e buscava sua segunda vitória seguida, encarando Sam Alvey. Mas, o campeão do TUF Brasil 1 não resistiu. Mutante até começou a luta melhor e vinha controlando o combate, sendo mais cauteloso que o habitual. Mas um contragolpe de Alvey acabou com a luta. Mutante caiu no chão de forma impressionante.
Edson Barboza, o brasileiro que chegou a Porto Alegre mais próximo de uma disputa de cinturão, frustrou os gaúchos. Sexto do ranking, ele pegou Michael Johnson como favorito à vitória, por conta de seus bons resultados, incluindo a vitória contra Bobby Green, top 10 na ocasião, com uma performance devastadora.
Mas, Johnson foi quem ditou o ritmo, fugiu dos chutes do lutador de Nova Friburgo, e ainda conseguiu aplicar quedas que lhe garantiram o triunfo e que farão Edson descer alguns degraus na corrida pelo título.
Por fim, Pezão encerrou de forma trágica uma noite que a torcida brasileira não vai querer relembrar.
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