Topo

MMA


Comissão de Nevada critica Wanderlei Silva após processo por antidoping

Reprodução
Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

09/03/2015 17h41

Há alguns meses, Wanderlei Silva foi banido das competições de MMA pela Comissão Atlética de Nevada após fugir de um teste antidoping fora do período de competições antes de sua luta contra Chael Sonnen, que aconteceria no UFC 175.

Em entrevista ao programa “The MMA Hour”, o advogado do brasileiro, Ross Goodman, declarou que a decisão da Comissão foi uma espécie de “exemplo” e rebateu veementemente a atitude, alegando que o órgão não tinha jurisdição para realizar um teste antidoping em um lutador não licenciado em Nevada. 
“Isso faz toda a diferença do mundo, diz expressamente que você precisa ser licenciado. Isso é simples e claro. A Comissão saiu do contexto quando diz ‘uma pessoa’. Mesmo antes de eu explicar isso, se eles validarem o que eles estão dizendo, a Comissão iria ter a autoridade para disciplinar qualquer pessoa. Isso é um absurdo”, declarou Goodman.
 
Alguns dias após a entrevista de Goodman, a Comissão Atlética protocolou suas considerações no processo movido por Silva, e nelas o órgão detalha seus argumentos para a tentativa de testar um atleta que não estava licenciado, ressaltando a importância de manter a integridade e transparência no esporte. 
Confira abaixo alguns pontos relevantes da argumentação da Comissão Atlética de Nevada, apresentados em documento obtido pelo site norte-americano Combat Sports Law.
 
“Wanderlei Silva admitiu para a Comissão que ele estava ciente que um duelo em Las Vegas estava agendado para ele quando o coletor pediu que ele providenciasse amostras para o teste (antidoping). Silva admitiu para a Comissão que ele deveria ter se submetido ao teste. Então por que Silva se recusou a ser testado? Porque ele sabia que estava usando drogas proibidas. Esta é a mais pura verdade. O depoimento subsequente de Silva, em seu memorando à Corte, de que ele ‘se recusou a tentativa da Comissão de administrar as amostras sanguíneas por ele não ser licenciado’ é incompatível.”
 
“A Comissão é uma organização focada em uma direção única: gerenciar, controlar e ter a jurisdição sobre todas as competições e exibições de combates sem armas a serem conduzidos, mantidos ou realizados dentro do estado de Nevada. Com esse escopo em mente, a questão é: deveria um combatente não armado, que possui uma luta agendada em Nevada, ter a permissão para fugir de um teste antidrogas semanas antes do evento? A Comissão acredita que, para a saúde e segurança desses lutadores, além da integridade do esporte, a resposta deve ser ‘não’.”
 
A Comissão ainda acrescentou que, desde que Silva admitiu que poderia eventualmente ter ingerido diuréticos antes do UFC 175, a decisão de testá-lo fora do período de competição, quando ele ainda não estava licenciado, foi correta, ainda mais tendo em conta que as declarações do atleta confirmam o uso de uma substância proibida fora do período de lutas.