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Do céu ao inferno: Carreira de Toquinho muda drasticamente em apenas 3 anos

Do UOL, em São Paulo

06/08/2015 06h00

Em um espaço de três anos, Rousimar “Toquinho” Palhares foi da expectativa de lutar pelo cinturão do UFC à suspensão do MMA por conduta antidesportiva. Faixa preta de jiu-jitsu, o brasileiro teve justamente na luta de chão a razão para o sonho se transformar em um grande pesadelo.

Durante a carreira, três de suas vitórias por finalização no MMA tiveram a mesma mancha: a demora em soltar depois que o adversário desiste. Afastado do esporte e sem o cinturão da WSOF, o brasileiro terá que se explicar perante a Comissão Atlética de Nevada no dia 13 de setembro.

O cinturão do UFC estava perto, mas a demissão acabou sendo o destino

Em maio de 2012, Toquinho chegava para enfrentar Alan Belcher de olho na chance de disputar o cinturão dos médios do UFC, na época em posse de Anderson Silva. E seu histórico dava razão para esse sonho: nas últimas sete lutas, havia vencido seis.

O combate acabou com derrota de Toquinho por nocaute logo no primeiro round. E o revés parece ter despertado um problema adormecido há dois anos. Lá atrás, em 2010, o brasileiro havia sido suspenso por 90 dias por não soltar o calcanhar de Tomasz Drwal depois de uma finalização.

Depois de perder para Belcher, Toquinho foi derrotado para Hector Lombard e ainda recebeu uma suspensão de nove meses pelo elevado nível de testosterona apresentado em seu teste antidoping. Na sequência, foi escalado para encarar Mike Pierce, em outubro de 2013, no que poderia ser sua recuperação na organização. Aquela, no entanto, seria a última vez que o brasileiro pisaria no octógono do UFC.

Assim como aconteceu contra Drwal, Toquinho venceu por finalização e, mais uma vez, segurou demais a chave de calcanhar. Dessa vez, no entanto, a decisão foi pela demissão do brasileiro da organização comandada por Dana White.

Último capítulo?

Demitido do UFC, Toquinho era dado como certo no Bellator, segunda maior organização de MMA. As polêmicas com as finalizações, no entanto, fizeram com que Bjorn Rebney, antigo dono da organização, descartasse a contratação do brasileiro.

Com isso, o mineiro foi parar no World Series of Fighting. E chegou com moral: logo no primeiro combate, lutou pelo cinturão e venceu Jon Fitch com uma chave de perna. Essa, no entanto, seria a única alegria de Toquinho na organização.

Em sua primeira defesa de cinturão, Toquinho levou a luta contra Jake Shields ao terceiro round e se aproveitou de um erro do rival para imobilizá-lo com uma kimura. O golpe causou polêmica, já que o brasileiro, mais uma vez, demorou a liberar o oponente quando a vitória foi oficializada. Quando a arbitragem encerrou a luta, Shields ainda acertou o rosto do brasileiro.

A polêmica fez com que Ray Sefo, presidente da WSOF, anunciasse que o brasileiro seria destituído do posto de campeão e afastado da organização por tempo indeterminado.

Sem cinturão e sem poder lutar, Toquinho tem um futuro incerto no MMA e espera a decisão da Comissão Atlética de Nevada para saber por quanto tempo ficará longe dos cages, algo que pode ter um grande impacto no restante de sua carreira.