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Nick Diaz é suspenso por 5 anos por uso de maconha; lutadores criticam pena

Do UOL, em São Paulo

14/09/2015 18h37

Desta vez, a punição imposta ao lutador Nick Diaz foi rigorosa. Após ser pego no exame antidoping realizado após o confronto contra Anderson Silva, no UFC 183, por uso de maconha, o lutador foi julgado nesta segunda-feira (14) pela Comissão Atlética de Nevada e acabou suspenso por cinco anos. O norte-americano reagiu, chamando os comissários de idiotas.

Segundo o diretor-geral da Comissão Atlética de Nevada, Bob Bennett, declarou ao site MMA Fighting, a amostra de urina do lutador apontou 300ng/ml (nanograma por mililitro) de metabólitos de maconha, o dobro do limite considerado aceitável pelo órgão.

A pena rígida foi aplicada pelo fato do lutador ser reincidente. A primeira vez que o norte-americano foi flagrado em um exame por conta do uso da substância foi em 2007, quando Diaz enfrentou Takanori Gomi, no Japão, pelo extinto torneio Pride e acabou derrotado. O segundo caso aconteceu em 2012, quando Diaz foi superado por Carlos Condit, já no UFC. Na ocasião, o polêmico lutador foi afastado por nove meses dos combates.

Além do longo tempo afastado, Diaz foi multado em 30% sobre o valor de sua bolsa, que segundo o site MMA Fighting, foi de US$ 500 mil. Como a punição é retroativa a data do confronto, que ocorreu em 31 de janeiro, Diaz deverá ficar afastado até o início de 2020, quando terá 36 anos.

Mudança na regra

Apesar da crescente aceitação da maconha no âmbito medicinal e do uso recreativo ter sido aprovado em alguns estados norte-americanos, a droga deverá continuar sendo considerada doping em competições esportivas. Pelo menos é o que acredita o presidente do UFC, Dana White.

Em entrevista coletiva concedida no início deste ano, ao ser questionado sobre uma possível remoção do entorpecente da lista de substâncias banidas, White declarou não acreditar na possibilidade. "Esta é uma questão delicada pois, ao final do dia, as pessoas sempre olham para a maconha de uma forma diferente. Mesmo que se torne legal e você saia por aí, fumando em casa ou em público, quando você está competindo em um esporte... a razão pela qual a maconha medicinal foi liberada para pacientes diagnosticados com câncer é o alívio para as dores e outros sintomas. Eu penso que a maconha ainda deverá ser tipificada como uma espécie de analgésico, e analgésicos são substâncias proibidas."

Nos Estados Unidos, 23 estados legalizaram o uso medicinal do entorpecente, enquanto outros três estados descriminalizaram o uso recreativo. Apesar de acreditar que a droga sempre será proibida, White ressalta que o valor aceitável para não ser considerado doping deverá ser reajustado. "Eu não acho que existirá um dia em que a maconha seja algo positivo para os atletas, mas a quantidade de nanogramas que poderão ser encontradas no organismo dos atletas deverá aumentar um pouco. As Comissões provavelmente deverão permitir mais nanogramas", conclui White.

Em maio de 2013, a Agência Mundial Antidoping (WADA, na sigla em inglês) aumentou o índice considerado aceitável para substâncias encontradas na droga de 15 para 150 nanogramas por milímetro de sangue. Em setembro do mesmo ano, a Comissão Atlética de Nevada, principal reguladora das competições do UFC, elevou o índice de aceitação de metabólitos de maconha de 50 para 150 nanogramas.

Lutadores do UFC reclamam da punição

Após a divulgação da punição, diversos lutadores do UFC criticaram a pena imposta a Nick Diaz. Semanas após Joe Rogan, comentarista do UFC, afirmar que mais da metade dos lutadores da organização utilizam a substância, alguns colegas saíram em defesa do norte-americano. Entre os argumentos mais citados estão as punições aplicadas por uso de substâncias de melhoria de performance, que em praticamente todos os casos são inferiores à imposta ao norte-americano, inclusive citando o último rival de Nick Diaz, Anderson Silva, que foi pego em dois exames antidoping por uso de esteroides e foi punido por apenas um ano.

 

“Nunca vi tanto tempo desperdiçado na minha vida. #LiberemNickDiaz “#Legalize”, postou Al Iaquinta, lutador do UFC.

“Eu não sou um grande fã do Diaz, mas vamos lá... bani-lo pro resto da vida é completamente estúpido. Eu não estou de acordo com as drogas, mas é maconha... pegue leve”, comentou Patrick Cote, que na sequência ainda mandou:

“Então Lombard é suspenso por um ano por esteroides e Diaz é banido por 5 anos por maconha... mas que p*”, completou.

Diego Sanchez também foi outro a defender Nick Diaz, inclusive citando o caso de doping de Anderson Silva. “Nick Diaz, (isso é) muito errado, você luta com um cara que está usando esteroides e eles descontam em você.”

"Nick Diaz foi suspenso por cinco anos por maconha, enquanto aqueles culpados por violência doméstica e uso de substâncias de melhoria de performance mal pegaram uma fração disto. Mas que p*, NSAC?", criticou Mike Dolce, nutricionista de diversos lutadores do UFC como Vitor Belfort e John Lineker, ao citar também casos envolvendo agressões contra mulheres.