Minotauro troca octógono por escritório e admite: agora está mais cansado
Rodrigo Minotauro se tornou uma das maiores lendas do MMA e construiu sua carreira com um histórico de superação e lutas inesquecíveis. Agora ele anunciou a aposentadoria e decidiu descansar, certo? Errado. O lutador trocou o octógono pelo escritório, virou executivo do UFC e diz que está bem mais cansado.
O ex-peso pesado pendurou as luvas em setembro e se tornou Embaixador de Relacionamento com Atletas do UFC Brasil. Desde então vive na ponte aérea Rio-São Paulo e tem o papel de fazer a interface entre lutadores e a franquia, promover o evento entre os torcedores, além de ser olheiro e garimpar novos talentos.
O ex-lutador mora no Rio de Janeiro, mas trabalha na capital paulista. Toda terça-feira acorda às 6h da manhã, pega o voo às 8h e às 10h já está sentado na mesa sob o ar condicionado do escritório. Bem diferente do trabalho antigo. Só retorna para casa na quinta-feira à noite ou na sexta cedo.
“Estou trabalhando demais, chega sexta-feira eu estou morto, tudo o que quero é encostar em algum lugar. Comprei um quiosque de kite surf na praia. Quando eu era lutador, praticava duas vezes na semana. Depois que parei, até agora não consegui fazer”, brinca.
A rotina pode ser mesmo desgastante. Minotauro passa o dia em contato com os lutadores, geralmente por telefone ou WhatsApp, para ver o que eles estão precisando. Ele procura entender as necessidades e reivindicações para passá-las aos chefões do UFC e trata das mais diferentes questões como treinamentos, exames antidoping e viagens. O astro se preocupa até com questões menores como, por exemplo, se um lutador vai competir fora do país e não domina o inglês.
Além disso, o ex-lutador faz um importante trabalho de garimpar talentos com potencial para brilhar futuramente no UFC. Atualmente, ele está acompanhando 100 lutadores escolhidos a dedo por meio de rankings. Minotauro assiste às lutas pela televisão e viaja para ver eventos menores in loco. Neste mês, por exemplo, já tinha programado viagens para Fortaleza e para o Sul do Brasil.
Depois de observar cada detalhe, tem a missão de fazer um relatório com suas impressões sobre aspectos como técnica, condição física e idade. Ele tem assistido a tantas lutas que quase perdeu o aniversário da filha, que acabou de completar 15 anos.
“No dia do aniversário dela eu tive que ver várias lutas. Ainda faltavam umas cinco e ela ficou brava: ‘pai, pode parar de ver luta?”, brincou. “Mas eu amo fazer isso, é um hobby, sempre gostei. Com as academias eu sempre vi muita luta”.
A rede de academias representa outra faceta do Minotauro executivo. Quando está em São Paulo, no fim do expediente ele aproveita para treinar à noite e acompanhar as filiais da Team Nogueira, que tem cerca que 4 mil alunos na cidade.
Apesar da rotina bem diferente da que era acostumado, Minotauro está feliz. Acredita que está contribuindo para o esporte no país e vê com bons olhos a nova geração. Hoje, o país detém três cinturões entre as dez categorias com Fabrício Werdum no peso pesado, José Aldo nos penas e Rafael dos Anjos entre os leves.
“Temos três cinturões, sendo que os Estados Unidos tem o dobro de lutadores. A gente já viveu uma entressafra, mas agora estão surgindo lutadores muito bons. Vejo o (peso galo) Thomas Almeida que tem um cartel de 20-0 como um dos grandes nomes”, analisa.
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