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Gleison Tibau é suspenso do UFC por problemas com antidoping

UFC anunciou a suspensão temporária de Gleison Tibau - Marco Dutra/UOL
UFC anunciou a suspensão temporária de Gleison Tibau Imagem: Marco Dutra/UOL

Do UOL, em São Paulo

04/12/2015 18h48

O UFC anunciou nesta sexta-feira (04) que o lutador brasileiro Gleison Tibau foi suspenso temporariamente pela organização por, supostamente, ter violado uma das políticas antidoping estabelecidas pela USADA, agência responsável pelo controle de substâncias proibidas.

Ainda de acordo com o UFC, o problema teria acontecido fora do período de luta. A organização ressaltou que será a USADA que irá apresentar o resultado dos testes e aplicará a sanção pela infração do lutador. 

Aos 32 anos, Gleison Tibau é o brasileiro com mais lutas pelo UFC: 26. Em seu último combate, ele venceu o norte-americano Abel Trujillo por finalização, com mata-leão.

Confira a nota oficial do UFC: 

“A Agência Nacional Antidoping dos Estados Unidos (USADA) notificou Gleison Tibau e o UFC que o lutador foi suspenso provisoriamente devido a uma potencial violação da Política Antidoping em um teste fora de competição. 

A USADA, que administra a política Antidoping do UFC de forma independente, vai lidar com os processos e julgamentos apropriados para o caso específico de Gleison Tibau. Novas informações serão divulgadas no decorrer do processo”.

Gleison Tibau se posiciona sobre o ocorrido
 
Horas após receber a notificação do UFC, o lutador peso leve se manifestou por meio de sua assessoria de imprensa. 
 
Segundo o comunicado emitido, o problema teria ocorrido em uma amostrada coletada no dia 23 de outubro de 2015, cerca de duas semanas antes do seu confronto com Abel Trujillo. Teria sido identificado em seu sangue níveis elevados nas taxas de células vermelhas, que pode ter sido causado pelo uso de eritropoietina recombinante, mais conhecido como EPO. 
 
Surpreso com a notificação, Tibau ressaltou não ter agido de má fé e disse que irá consultar profissionais da área médica para descobrir o que provocou o problema, algo inédito em seus 16 anos como atleta profissional. 
 
Confira o comunicado oficial abaixo na íntegra:
 
"Não sou acostumado com vida fácil. Desde criança, lutei por tudo que conquistei, superei adversidades e tenho muito orgulho do que sou. Encaro a notícia de doping como mais uma pedra que vou tirar do meu caminho como lutador profissional e como cidadão correto. Como homem responsável que sou, jamais acreditei ter ingerido algo que possa fantasiar meus rendimentos. Me policio ao máximo para ter uma vida saudável fora do esporte, e dentro dele, honesto, limpo. Treino arduamente, me entrego ao esporte. 
 
Porém, não posso simplesmente virar de costas para a notificação da Usada, uma instituição de credibilidade e que tem como missão coibir o jogo sujo, o doping. Nos próximos dias, vou consultar meu staff médico para saber onde erramos e, certamente, acataremos as medidas tomadas em meu julgamento. Tenho 16 anos de carreira profissional, sendo nove dentro do UFC, e nunca passei por tal situação. O gosto é amargo, como um revés dentro do cage, mas que me servirá como um grande aprendizado, uma experiência para tornar um atleta ainda mais atento ao que pode ou não ser feito dentro da política antidoping do esporte. 
 
Lamento profundamente pelo ocorrido. Quero me desculpar com todos os envolvidos nisso, o UFC, a American Top Team, meus companheiros de treino e de profissão, e, claro, ao Abel Trujillo, atleta que enfrentei no dia 7 de novembro. Estou à disposição para conceder uma revanche para o lutador, caso ele concorde. Já competi e venci atletas que falharam no exame antidoping, como no caso contra o polonês Piotr Hallmann, em setembro do ano passado, e sei que a sensação para o adversário é ruim.
 
Não posso esquecer de me desculpar com os fãs do esporte, todos aqueles que sempre estiveram ao meu lado. Tenho total certeza que desta vez não será diferente, uma vez que já venho recebendo muitas mensagens de apoio através das redes sociais. 
 
Lutar MMA é o que sei fazer, o que escolhi como profissão, minha fonte de renda. Tenho total responsabilidade sobre meus atos, e confio na justiça para punir se for preciso, mas também para inocentar se assim for provado.
 
À imprensa, agradeço pela oportunidade de me dar voz em um momento complexo como o que vivo agora, o mais difícil de minha carreira. Confio ainda em Deus para que eu possa voltar à ativa e seguir minha carreira de maneira honrada, como sempre foi.
 
Gleison Tibau"