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Após lesões, vice do TUF abre jogo sobre ausência: Tem de ter cabeça forte

Julio Cesar Guimaraes/UOL
Imagem: Julio Cesar Guimaraes/UOL

Rodrigo Garcia

Do UOL, em São Paulo

09/12/2015 12h00

Após passar quase dois anos afastado do octógono, Sergio Moraes finalmente conseguirá emplacar a sequência de lutas que almeja desde que foi contratado pelo UFC, em junho de 2012.

Serginho, como é tratado pelos amigos, foi o finalista da primeira edição do reality show The Ultimate Fighter no Brasil. Mesmo com a derrota para Cezar Mutante na luta decisiva, o paulistano teve oportunidade de seguir na organização. Então, conseguiu mostrar seu forte jogo de chão e finalizou Renee Forte e Neil Magny, conquistando inclusive o prêmio de finalização da noite. A partir daí, a vida do lutador virou de cabeça para baixo depois de seguidas lesões no joelho.

“Tive duas lesões sérias, que me deixaram seis meses fora cada uma. É ruim demais. (No momento difícil) a gente se apega muito a família e tem que ter a cabeça muito forte. As coisas acontecem no tempo de Deus, eu focava nisso, que ia me recuperar e voltar. É preciso manter a cabeça forte. Não sei por que as lesões ocorreram, acho que porque tinham que acontecer”, declarou Serginho, em entrevista ao UOL Esporte.

Durante o período ausente, Sergio trocou a forma de treinamento para que pudesse voltar a competir em alto nível e sem sofrer novas lesões.

“O mais importante era passar por essa fase de lesão. Agora, me preocupo muito em não me machucar. Então, faço trabalhos para fortalecer mais a musculatura. Sei que acontece, que não sou o único (a sofrer lesões). Agora, é focar e engatar uma sequência de lutas”, avaliou Serginho.

Projeções para luta e evolução como atleta

Após derrotar Mickael Lebout em seu retorno ao UFC, em 11 de abril, Serginho lutará pela segunda vez neste ano dia 10 de dezembro, quando enfrentará o russo Omari Akhmedov, em Las Vegas.  Apesar de enfrenar um rival especialista em sambo, tradicional arte marcial russa com foco na luta agarrada, Serginho não acredita que seu rival tentará levar a luta para o solo, já que é o ponto forte do brasileiro.

“Independente dele ter o sambo, ele não vai querer lutar no chão comigo. Não é o que ele deseja, então vamos trabalhar da melhor forma possível, sempre focando a parte em pé, porque na hora que agarrar sei que vai ser melhor pra mim”, pontuou o lutador.

E, se a previsão de Serginho se confirmar, ele estará bem preparado para o desafio. Faixa-preta em jiu-jitsu, o paulistano mudou para Curitiba para aperfeiçoar seu muay thai com André Dida, treinador da academia Evolução Thai. De acordo com o lutador, a cidade é a “Tailândia brasileira”, por ter diversos talentos e ser o ponto de origem da conceituada academia Chute-Boxe, que revelou talentos como Mauricio Shogun, Wanderlei Silva e Anderson Silva. Com isso, a evolução em seu jogo de trocação acabou sendo natural, além de trazer outros benefícios para sua preparação.

“Treino muay thai todo dia, então não tem como não evoluir. São dois treinos por dia, todos os dias. Tem muita gente boa lá (em Curitiba), muitos campeões estão lá. Eu era meio deficiente na parte em pé, graças a Deus tenho melhorado muito. E, lá na Evolução, a gente não costuma deixar muito peso para tirar. Fazemos estudos e não achamos muito saudável isso. Por vir do jiu-jitsu, sei que não é o peso que vai me deixar melhor do que ninguém. Já estou com 81 quilos, bem perto do peso (o atleta luta entre os meio-médios, cujo limite é de 77 quilos) e treinando bem. Estou sempre mantendo meu chão em dia, minhas posições fortes. Então, a luta pode acontecer de qualquer jeito”, relatou o lutador.

Ranking questionável do UFC

Como todos os lutadores que entram na organização, o objetivo de Serginho é o cinturão do UFC. Porém, para isso, ele precisará subir no ranking até chegar ao campeão, o norte-americano Robbie Lawler, apontado pelo próprio lutador como o atleta mais duro da categoria. Todavia, o brasileiro tem dúvidas quanto ao sistema utilizado pelo UFC para ranquear os lutadores. Entretanto, vale ressaltar que a lista é feita por jornalistas credenciados junto à organização, e não algo preparado pelo próprio UFC.

“Esse ranking não tem muita credibilidade, o que me importa é o cinturão. Posso lutar no card preliminar, no principal, eu só quero vencer quem mandarem para mim. Só quero oportunidades melhores para mostrar porque sou campeão mundial e jiu-jitsu e porque posso ser campeão. (Caso vença), quero enfrentar alguém do top 10 para mostrar meu valor e que eu mereço estar lá”, salientou Serginho, antes de concluir.

“Eu não podia engatar boas sequências (de lutas), mas tenho vindo de vitória sempre. Luto para frente, é uma questão de oportunidades. Quando aparecer, eu vou lá e mostrar. Luto para ser campeão, não para ser mais um. Sei de onde sai e onde quero chegar. O importante são as vitórias. Eu já derrotei o Neil Magny, que hoje está no top 10 (o norte-americano é o nono do ranking). Essa é a vida, as lesões me atrasaram um pouco, mas nada vai tirar meu foco. Só quero mostrar o meu valor”, concluiu Serginho.