Após tragédias e medalha olímpica, lutadora tenta última chance no UFC
Sara McMann sabe que o tempo para se provar uma campeã do UFC está acabando. Aos 36 anos e em busca de uma grande vitória, ela se prepara para suas últimas cartadas. Mas resiliência é o que não falta para Sara. Os pais se afundaram em drogas, o irmão foi assassinado e o ex-namorado morreu em acidente de carro. Ela era a motorista.
Por tudo isso, quem a conhece não descarta de antemão um triunfo “tardio” no UFC. Sara ainda tem em seu currículo um passado vitorioso no esporte. Ex-atleta de luta livre, foi medalhista de prata na Olimpíada de Atenas (2004), vice-campeã mundial (2003) e bicampeã do Pan (2003 e 2007).
“Sei que sou uma lutadora mais completa e sei que estou pronta para ser campeã. Agora já posso me promover como todos queriam e posso dar esse retorno”, resumiu.
A determinação da lutadora foi aprendida na marra. Na infância, os pais, viciados em heroína, mudavam-se de casa toda hora. Na maioria, não havia eletricidade ou aquecimento. Aos 6 anos, viu a mãe tendo uma overdose. Ela sobreviveu, mas as cicatrizes ficaram para sempre em Sara.
Quando a família parecia se ajustar, seu irmão mais velho, Jason, também lutador e uma inspiração para Sara, desapareceu. Seu corpo só foi achado três meses depois, espancado. A Justiça precisou de três anos para condenar o culpado, um jogador de futebol americano universitário que havia brigado com Jason.
Essa primeira tragédia aconteceu em 1999. Cinco anos depois, lutando pela memória do irmão, segundo ela, Sara se tornou uma medalhista olímpica em Atenas. Na mesma época, começou um romance com um ex-lutador, Steven Blackford.
De volta aos Estados Unidos, eles planejavam se casar. Antes, decidiram fazer uma viagem de carro pelo país. Logo no início, Sara estava ao volante quando perdeu o controle do carro e o mesmo capotou fora da rodovia. Os dois não usavam cinto de segurança e foram lançados para fora do carro. Blackford morreu na hora, enquanto ela quebrou um braço e teve ferimentos leves.
Quando perguntam à lutadora de vem tanta força para seguir adiante, ela responde: "não é uma coisa natural, com a qual você nasce; é algo que você tem que decidir todo dia", explicou ao "Washington Post".
Uma dessas fontes de força, de acordo com quem a cerca, é a filha Bella, de 8 anos, fruto do relacionamento com outro ex-lutador, Trent Goodale. Ela, inclusive, planeja se mudar com Bella para a Califórnia para ter um treinamento mais avançado.
No UFC desde 2013, Sara McMann teve algumas grandes chances. Já enfrentou Ronda Rousey, Miesha Tate e Amanda Nunes. Perdeu para todas. Quando caiu diante de Ronda, estava invicta após sete vitórias. Agora, com 11 triunfos e três derrotas, tem nova chance no UFC 215, em setembro, diante da brasileira Ketlen Vieira.
Mas em fevereiro deste ano, após vencer Gina Mazany, ela deixou claro para as câmeras: “Na hora certa, ganharei o título de Amanda [Nunes] ou de [Valentina] Shevchenko. Vocês verão a mais completa Sara McMann da história”, avisou. As duas citadas por Sara se enfrentam no mesmo dia que ela, no UFC 215. A promessa está registrada.
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