Homem mais forte do Brasil detona Hulk do Irã: "Isso não é esporte, é fake"
A ascensão midiática do Hulk do Irã atingiu o esporte de força (strongman) de maneira negativa. O espaço conquistado por Sajad Gharibi, que se autodenomina a versão real do herói verde dos quadrinhos da Marvel, incomoda quem vive da modalidade. As imagens do corpo do iraniano de quase 1,90m e 170 kg viralizaram entre os praticantes, críticos com o que enxergam como uma "jogada de marketing" de alguém que "não representa o esporte".
Principal referência do strongman no Brasil e cinco vezes campeão nacional, Marcos Ferrari, 41 anos, detonou o Hulk do Irã. Dono de 120 kg distribuídos em 1,75m, suficientes para puxar um caminhão [veja o vídeo abaixo] e participar da elite do esporte na Europa, o brasileiro trata a ascensão de Sajad Gharibi como uma situação momentânea, preocupada apenas com imagem e fama.
"No mundo do esporte do fisiculturismo, essa história não é levada a sério. Ele é o que a gente considera 'fake'. O físico dele é 'fake'. É um exagero em relação ao permitido dentro do esporte. Ele tem traços que saem fora do padrão se comparado aos maiores fisiculturistas e strongman do mundo, nos quais você percebe uma simetria. Um cara daquele tamanho não pode ter a cintura tão fina", contou, em entrevista concedida ao UOL Esporte.
"A gente vê isso como uma jogada de marketing, não agrega nada ao esporte porque não é real. (...) Esses caras injetam óleo, é uma coisa fora de simetria. Chega a ser ofensivo ao bodybuilder, que tem que fazer dieta, treinar e ter uma rotina regrada. Você pega e destrói o próprio músculo para dar aquela aparência, mas não tem força, não tem funcionalidade. Obvio que não dá para afirmar 100% que o Hulk do Irã usa óleo, mas aquela composição corporal está muito bizarra", acrescentou.
Ferrari faz parte do mundo do strongman há quase 15 anos. Em suas redes sociais, o atleta de 41 anos compartilha a rotina de treinos e competições, com vídeos dos feitos. Recentemente, representou o Brasil na competição Força Bruta, promovida pela TV Globo. Para ter tamanha força e carregar correntes de 300 quilos e uma cangalha de 400 quilos, por exemplo, o dia a dia é puxado.
O strongman brasileiro relata que possui uma dieta calórica de 9.500 calorias diárias - calcula-se entre 2.000 e 3.000 um número básico para o ser humano comum. A alimentação pesada se equilibra com os treinos intensos de força com práticas cardiovasculares, que chegam a até 6h nos dias mais puxados. Atualmente, Marcos Ferrari está em tratamento de uma lesão adquirida justamente no evento da TV Globo.
Durante os anos de competição, o homem mais forte do Brasil jamais ouviu falar de Sajad Gharibi, o que levanta ainda mais dúvida sobre a real força do Hulk do Irã, que agora procura um adversário para estrear no MMA e publicou o desafio para os mais de 500 mil seguidores no Instagram.
"Não acredito que ele seja muito forte. Se fosse, estaria no circuito de strongman, com certeza. Eu, pelo menos, desconheço. Nunca ouvi falar dele nem em competição amadora. É uma jogada de marketing de alguém ou dele para chamar a atenção, porque realmente é um cara grande, mas não vejo origem dele no esporte", destaca o competidor referência da modalidade no país.
"Aparece um cara como este, você tem que procurar e ver os títulos do cara. Falar que é o mais forte por ter 1,90m e 170kg? Não é por aí. É uma pena, porque o esporte se perde um pouco por causa deste iraniano", encerrou o homem mais forte do Brasil, alertando para o possível sucesso "fake" do Hulk do Irã.
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