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Técnico "previu" que bate-estaca poderia ajudar Jéssica a conquistar título

Jéssica "Bate-Estaca" Andrade celebra ao lado de Gilliard "Paraná" após conquistar título do UFC - Buda Mendes/Zuffa LLC/Getty Images
Jéssica "Bate-Estaca" Andrade celebra ao lado de Gilliard "Paraná" após conquistar título do UFC Imagem: Buda Mendes/Zuffa LLC/Getty Images

Rodrigo Garcia

Do UOL, em São Paulo

14/05/2019 12h00

A luta entre Jéssica "Bate-Estaca" e Rose Namajunas terminou com um golpe que surpreendeu os fãs de MMA que estavam acompanhando o duelo principal do UFC Rio na madrugada do último domingo (12).

No entanto, se alguns foram pegos de surpresa pelo fato de a brasileira ter encerrado a luta com o golpe que lhe rendeu um apelido, o mesmo não pode ser dito do treinador Gilliard "Paraná", mentor de Jéssica.

Em entrevista ao UOL Esporte, o líder da PRVT explicou que o golpe já vinha sendo cogitado pela equipe desde a preparação para o duelo que poderia dar o título do peso palha para a brasileira.

"Por incrível que pareça, eu tinha falado no vestiário que poderia acontecer (uma situação para usar o golpe durante a luta). Eu falei: 'se ela te pegar no arm-lock ou no triângulo, não esqueça que você pode fazer o bate-estaca, você é muito forte, não vai ter dificuldade nenhuma para erguê-la'", explica Gilliard.

Ainda segundo Gilliard, um nocaute já era uma das apostas da equipe para a vitória de Jéssica, mas não exatamente da forma que ele aconteceu.

"A gente já previa perder o primeiro round no boxe. E aí (a estratégia era) cansá-la na grade e ganhar por nocaute, no chão no ground and pound ou por finalização", ressaltou o treinador.

Técnico ganha cinturão de Jéssica e agradece carinho

Gilliard "Paraná" não deixou a emoção de lado ao analisar o presente que recebeu de sua pupila: o cinturão do UFC. Após o confronto, a lutadora exaltou a importância do treinador para que ela se tornasse hoje a campeã da maior organização de MMA do mundo.

"É um orgulho tremendo ter alguém que saiba reconhecer o que a gente faz. Eu peguei uma menina que ganhava R$ 300 por mês no 'pesque e pague' e, agora, ganha R$ 1 milhão em uma luta. Então, isso é conseguir mudar a vida de alguém que precisa e a pessoa pagar pra você pelo trabalho com honra, dignidade, sem reclamar, e reconhecer todos seus feitos profissionalmente, amorosamente. É uma baita discípula minha e da minha equipe, e saber que eu treino todas as modalidades nela é muito legal, é um puta reconhecimento do meu trabalho."

Próximos passos para a campeã

Após a luta, Jéssica apontou que sua prioridade neste momento é descansar e aprender a falar inglês. Enquanto isso, Gilliard já começa a fazer planos para a mais nova campeã do UFC.

"A gente queria dar a revanche pra Rose pra devolver o que ela fez por nós. Queríamos lutar no país dela, de preferência na cidade dela, para dar oportunidade dela recuperar o cinturão, assim como ela nos deu a oportunidade de vencer o cinturão. Mas parece que ela quer se aposentar", analisou Gilliard.

E se Rose Namajunas confirmar seus planos de realmente pendurar as luvas, outros nomes estão no radar do técnico como possíveis desafiantes ao título da brasileira.

"Temos a Michelle Waterson, a (vencedora da) luta da Nina Ansaroff com a Tatiana Suarez, tem a Joanna (Jedrzejczyk, ex-campeã da divisão). Creio que será a revanche, mas temos elas também. A Joanna ficaria em último nessa minha lista (de possíveis rivais)", concluiu Gilliard.