Como alta do dólar afeta os lutadores de MMA que recebem na moeda americana
O dólar comercial fechou ontem em R$ 4,78, chegando a superar a marca dos R$ 5 em alguns momentos do dia. A valorização da moeda norte-americana tem mexido com os atletas de MMA que lutam fora do país. Na maioria dos casos, os valores dos combates são recebidos em dólar. Em um pensamento simples, com a moeda estrangeira mais alta, mais real é recebido na hora da conversão.
"Eu tenho luta marcada para junho, mas se pudesse, pediria para mudar para maio. Seria muito bom por causa da alta do dólar. É algo que estou empolgado no momento", diz Felipe Froes, campeão do evento russo Absolute Championship Akhmat.
A alta do dólar tem batido recorde constantes. Nunca a moeda americana havia superado o valor nominal dos R$ 5. Por isso, receber em moeda estrangeira tem se tornado mais vantajoso e os lutadores passam a cogitar trocar para real tão logo recebem as bolsas de seus combates.
"Por um tempo, eu converti logo que ganhei, porque queria investir em algumas coisas e não queria ficar com dinheiro guardado. Eu lutei em outubro do ano passado. Se soubesse que o dólar ia aumentar tanto, não teria trocado por real. Na próxima luta, vou converter uma parte e dar uma segurada no restante para ver se aumenta mais", prossegue Felipe.
Ex-lutador do Bellator e atual campeão do evento japonês Pancrease, Rafael Morcego também se mostra empolgado com a alta da moeda americana. No entanto, pondera que os custos no Brasil no atual momento podem fazer com que o ganho não seja tão alto.
"Essa é a melhor parte de lutar fora do Brasil. Receber em dólar é bom para caramba, e se pega uma época em que está altíssimo, melhor ainda. Mas apesar de aumentar a bolsa, você volta para o Brasil e paga tudo mais caro. É complicado".
A empolgação com a alta do dólar não é acompanhada por Poliana Botelho. Lutadora do UFC, ela ressalta que seus rendimentos não são provenientes apenas dos valores recebidos nas lutas. Por isso, a valorização da moeda estrangeira não chega a ser tão atraente.
"Os lutadores de MMA não vivem apenas com o dinheiro que recebem nas lutas. Lutamos no máximo três vezes no ano. Vivemos também de patrocínio, então, quando nosso país não está bem, isso também nos afeta".
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