Esperança do UFC, Amanda Ribas quer ser mais lembrada que o ET em Varginha
É quase impossível passar mais de um minuto conversando com Amanda Ribas e não ouvir ao menos uma vez uma gargalhada forte e contagiante. Converse mais um tempo e os intervalos das risadas diminuirão, fazendo o sotaque meio caipira, meio mineiro aumentar e deixar claro suas origens. Amanda nasceu, cresceu e virou lutadora de MMA em Varginha, cidade de 136 mil habitantes mais conhecida pelas folclóricas histórias de ETs do que por qualquer outra coisa. E ela pretende mudar isso.
"Eu quero ser conhecida como a lutadora de Varginha. Acho que a gente não pode esquecer nossas raízes, não. Mesmo se eu odiasse Varginha, é de lá que eu sou. Tem gente que já me falou que antes era conhecida como a cidade do ET e agora é conhecida como a cidade do UFC. Eu adoro isso".
A gargalhada pode ser a grande marca de Amanda, mas não é a única. Seus resultados dentro do octógono a transformaram em uma das esperanças do UFC para 2021. A mineira venceu quatro lutas e chamou a atenção de Dana White, principalmente pelo que fez depois de vencer Paige Vanzant, em sua estreia na divisão dos moscas (56,7kg).
Assim que finalizou a norte-americana em pouco mais de dois minutos, Amanda deixou o octógono, pegou um fone de ouvido e se posicionou para a entrevista em inglês. Ainda arranhando um idioma que não é o seu, deixou o apresentador maravilhado com as constantes gargalhadas e o jeito fácil de se comunicar.
"Não gosto de ver minha barriga desse jeito, quero voltar para a minha divisão, que é o palha [52,2kg]", brincou a brasileira na época, engatando outra gargalhada.
Tão logo a mineira largou o microfone e se dirigiu ao vestiário, o telefone de Dana White começou a tocar. "Todo mundo me mandou mensagem dizendo o quão incrível ela era, e sobre sua personalidade. Ela brilhou hoje, as pessoas amaram", contou na coletiva após o evento.
"Eu não esperava que o pessoal tivesse gostado tanto, porque para mim foi tão normal que eu adorei. É legal isso quando não precisa forçar, porque aí eu não preciso ficar pensando o que eu tenho que falar. Só flui", diz rindo.
O jeito carismático chamou a atenção de quem acompanha MMA, mas não impressiona mais quem anda pelas ruas de Varginha. Em cidade pequena para média, quase todo mundo se conhece. Aí, a celebridade local vai deixando cada vez mais de ser celebridade para virar gente como a gente.
"Em dia de luta, a cidade para, é legal demais. Mas em dia normal, acho que eles já tudo se acostumaram comigo. Ninguém pede mais para tirar foto. É bom todo mundo ver essa entrevista para voltar a tirar foto minha", brinca, com mais uma gargalhada.
"Dá para ter um sorrisão e bater no mundo inteiro"
Mesmo que tentasse, Amanda não consegue segurar as gargalhadas. E olha que ela se esforça. "Às vezes, eu falo: 'calma, Amanda, segura'. Mas só sai", brinca. "O pessoal fica falando que escuta minha risada de longe, que parece risada de bruxa".
Mas quanto menos Amanda se segura, mais dá certo. O jeito espontâneo se tornou uma marca da lutadora de Varginha, e ela acredita que encontrou nisso sua maneira de vender as lutas. "Não sou boa em trash talk, às vezes, não consigo tirar tanta foto bonitona, 'seduzente'. E acabou que, com meu jeito, está dando certo. Eu fico felizona".
O jeito de Amanda contrasta com o estereótipo dos lutadores. A cara de mau costuma ser tão tradicional quanto o uso de luvas. "Tem muita gente que acha que lutador tem que ser bravo. E acredita que a maioria não é? São um amor de pessoa. Só que tem cara de bravo... Quero mostrar que não precisa ser mau, ser ruim, ter cara de bravo para lutar bem, para ser forte, ser inteligente. Pode estar com um sorrisão no rosto e bater no mundo inteiro".
Cobra Kai virou aliado na perda de peso
A relação do falido Johnny Lawrence e do bem-sucedido Daniel LaRusso 30 anos após o histórico campeonato que transformou Karate Kid em uma franquia de sucesso fascina Amanda Ribas. A lutadora acompanha todas as temporadas da série Cobra Kai, disponível na Netflix, enquanto encara o duro processo de perda de peso.
"Eu estou viciada em Cobra Kai. Vi tudo até agora, mas estou deixando a última temporada para o dia em que faço banheira para perder peso. Nessa hora eu preciso de alguma coisa para relaxar a minha cabeça. Não vejo a hora de chegar o momento de fazer banheira".
Assim como nos filmes de Karate Kid, Cobra Kai tem como pano de fundo a rivalidade das academias de karatê (Cobra Kai, que dá nome à série, e Miyagi-do), algo muito comum no mundo real das lutas há algumas décadas.
"Eu gosto muito da série porque ela mostra - principalmente antigamente que tinha muita rivalidade entre as academias - que, às vezes, nem eram os professores que eram brigados. Às vezes, os alunos que brigam, que causam essa intriga. É tudo muito mal conversado e acabam brigando. Isso que achei muito coisa do mundo da luta", explica Amanda, afirmando nunca ter se envolvido nessas rivalidades.
"Eu não brigava com ninguém, sou paz e amor, mas o meu pai brigava. Nossa! Mas eu sou muito tranquila".
UFC 257
23/01/2021, em Abu Dhabi (EAU)
CARD PRINCIPAL (23h45, de Brasília)
Peso-leve: Dustin Poirier x Conor McGregor
Peso-leve: Dan Hooker x Michael Chandler
Peso-mosca: Jessica Eye x Joanne Calderwood
Peso-leve: Matt Frevola x Ottman Azaitar
Peso-palha: Marina Rodriguez x Amanda Ribas
CARD PRELIMINAR (20h15, de Brasília)
Peso-leve: Arman Tsarukyan x Nasrat Haqparast
Peso-médio: Brad Tavares x Antônio Cara de Sapato
Peso-galo: Julianna Peña x Sara McMann
Peso-meio-pesado: Khalil Rountree Jr. x Marcin Prachnio
Peso-médio: Andrew Sanchez x Makhmud Muradov
Peso-pena: Nik Lentz x Movsar Evloev
Peso-mosca: Amir Albazi x Zhalgas Zhumagulov
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