Ex-UFC mantém carro reformado por Huck há 12 anos: "Recusei R$ 120 mil"
Wagner Caldeirão leva no nome o programa de televisão que alavancou sua carreira no MMA. Em 2009, foi escolhido por Luciano Huck para participar do quadro "Lata Velha", do "Caldeirão do Huck", para reformar seu Maverick que estava em péssimo estado. Se submeteu às prendas do programa e saiu de lá com um carro em ótimas condições. Doze anos depois, o carro segue em sua garagem, e vai ser difícil tirá-lo de lá.
Pouco tempo depois que participou do programa, Wagner recebeu uma proposta de R$ 120 mil para vender o Maverick. A proposta vinha em um momento em que ele tentava se firmar na carreira de lutador de MMA. Wagner balançou, mas não caiu.
"Eu não posso falar que não coçou não, viu. Coçou, mas coçou de uma forma que eu falei 'meu deus'. Mas eu realmente acredito que carro antigo você não compra o carro, você compra uma autorização do dono para usar aquele carro. Carro antigo tem história, tem uma trajetória", explica.
O Maverick ainda faz sucesso nas redes sociais. De tempos em tempos, Wagner publica imagens do carro em seu Instagram. Seu próximo plano é voltar a ficar próximo do carro. Ele se mudou para Curitiba, mas o companheiro permaneceu em Campinas, interior de São Paulo.
"Estou cada dia mais apaixonado por esse carro. Ele está do mesmo jeitão da época do programa. Toda vez que vou para Campinas, eu ando nele. Mas estou programando para trazê-lo para cá".
A participação no Caldeirão do Huck foi o empurrão que Wagner precisava na carreira. Com a ajuda de Luciano Huck, começou a treinar com os irmãos Minotauro e Minotouro Nogueira. Adotou o apelido de "Caldeirão" e, seis vitórias depois, conseguiu um contrato com o UFC.
Na principal organização do MMA, fez três lutas, sendo uma sem resultado e duas derrotas. Acabou dispensado em janeiro de 2013. "Naquela época, a divisão dos meio-pesados não era tão grande quanto é hoje. Depois entrou uma pancada de atletas. O desafio era maior naquela época, porque quem estava na minha categoria já era muito gabaritada. Eu entrei enfrentando o Phil Davis que era o top 3 da categoria. Mas, independentemente do resultado, eu consegui realizar o sonho de lutar no UFC".
Caldeirão deixou o UFC com 26 anos. Desde então, participou de eventos no Brasil, na Rússia, na Inglaterra, na Polônia e na China. Seu último combate aconteceu há quase dois anos, no chinês Battlefield FC 2, em que empatou com Doo Hwan Kim.
Quarta lesão grave da carreira
O empate com Doo Hwan Kim deixou Caldeirão frustrado. Primeiro porque ele achava que havia vencido aquela luta - "bati nele no primeiro e no segundo round" - e, segundo, porque começou ali uma longa recuperação de mais uma lesão grave. Há 10 dias do combate, o brasileiro rompeu parcialmente o ligamento cruzado do joelho direito. Insistiu e foi lutar.
Passado metade do terceiro round do duelo, uma pisada errada no chão rompeu de vez os ligamentos. Mesmo com dor, Caldeirão seguiu até o fim do combate. "Não conseguia caminhar muito bem, mas continuei trocando com o cara mesmo sentindo dor no joelho", relembra.
O joelho direito já havia sido motivo de outra cirurgia nos ligamentos. Em seu cartel, Wagner Caldeirão ainda conta com uma operação no joelho esquerdo e outra no ombro direito. Ele estima ter somado quatro anos e meio de ausência por lesão durante a carreira.
Apesar de grave, dessa vez a recuperação demorou menos que nas outras. A pandemia interrompeu praticamente todos os eventos de MMA pelo mundo, e permitiu que o brasileiro focasse apenas na lesão. Ele voltou a treinar desde o final do ano passado, e seu grande sonho aos 34 anos é ainda conquistar um cinturão no MMA.
"Eu tive a chance de lutar pelo cinturão um mês depois da lesão. Imagina como ficou minha cabeça. Então eu coloquei como foco e como meta disputar o cinturão do KSW, que é um evento gigantesco da Polônia que eu ainda tenho contrato. Quero ser campeão desse evento", completou.
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