"Holandês voador" quer brecar Ian Thorpe
Por Guilherme Roseguini
Agência Folha
Em São Paulo
Piscina do Sydney International Aquatic Centre, setembro de 2000. Pieter van den Hoogenband olha desconfiado para o placar eletrônico, leva as mãos a cabeça e parece não acreditar na façanha que acabara de lograr.
O nadador holandês havia despachado Ian Thorpe na final dos 200 m livre, conquistado a medalha de ouro olímpica e deixado um sorriso amarelo no semblante dos torcedores australianos. Dois anos se passaram desde a "inacreditável vitória", como definiu o próprio Hoogenband.
Hoje, com o recorde mundial dos 100 m livre no currículo e às vésperas de visitar o Brasil pela primeira vez -disputa, de quinta a domingo, a etapa do Rio da Copa do Mundo-, o nadador diz não temer mais o "Torpedo" e promete roubar a cena nos principais eventos da modalidade.
"Ian Thorpe pode ser o recordista mundial dos 200 m livre, mas eu sou o campeão olímpico e campeão europeu. Conheço o potencial dele, mas sei que tenho condições de vencer", revelou o atleta de 24 anos à reportagem.
O "holandês voador" -apelido que conquistou após se tornar o primeiro ser humano a nadar os 100 m livre abaixo dos 48s- já pensa até em declinar o mais ambicioso projeto do australiano: angariar sete ouros nos Jogos de Atenas-2004 e igualar a marca histórica de Mark Spitz, obtida há 30 anos, nos Jogos de Munique.
"Vou defender meus títulos em Atenas [nos 100 m livre e nos 200m livre]. São minhas conquistas mais importantes e não serão tomadas com facilidade", disse.
Hoogenband sabe, contudo, que sua tarefa é espinhosa. Ian Thorpe, 20, já quebrou 18 recordes mundiais em sua breve carreira. Em 2001, no Mundial de Fukuoka (JAP), que marcou o primeiro embate entre os atletas após Sydney, Thorpe devolveu o revés e ficou com o ouro e o recorde mundial nos 200 m livre.
"Sei que ele ainda vai melhorar. Mas eu também estou em um ótimo momento. Será um duelo bastante interessante", provoca o holandês, que já deu início aos treinamentos para o Campeonato Mundial de 2003, em Barcelona, na Espanha, palco do próximo encontro entre os nadadores.
Influenciado pelo pai, Cees Reyn, ex-jogador de pólo aquático, e pela mãe, Astrid Verver, vice-campeã européia nos 800 m livre no ano de 1971, Hoogenband começou a colher bons resultados na natação no ano de 1993, quando triunfou nos 100 m e nos 200 m livre nos Dias Olímpicos da Juventude Européia.
Credenciado como candidato a medalhas nos Jogos de Atlanta, em 1996, Pieter decepcionou. "Eu tinha 18 anos e pouca experiência. Ficar em quarto [nos 100 m e 200 m livres] não foi tão ruim assim. Agora, só penso em vencer. Um quarto lugar em Atenas seria um completo desastre", diz.
Brecando o míssil Além de bater Ian Thorpe na casa do rival, o holandês é o responsável pelo fim do reinado de Alexander Popov nos 100 m livre.
Em Sydney, onde o "Míssil Russo" buscava o tricampeonato olímpico, Hoogenband cravou 47s84 na distância, recorde mundial que perdura até este domingo.
Com a performance obtida pelo holandês, o tempo da prova mais importante da natação deixou a casa dos 48 segundos, onde estava estagnado havia 15 anos.
O esguio jovem nascido em Maastricht que ameaça ser a pedra no caminho de Ian Thorpe nas próximas temporadas nunca esteve no Brasil, mas guarda uma paixão em comum com a maioria da população local. "Sou fanático por futebol. Meu pai é médico do PSV Eidhoven [time da primeira divisão holandesa], do qual sou torcedor. Admiro muito dois jogadores brasileiros, Ronaldo e Vampeta, que já defenderam minha equipe na Holanda", disse.
A competição no Rio é a primeira das sete etapas que compõem o circuito 2002/2003 da Copa do Mundo. O evento será disputado em piscina curta (25 m), no Centro Esportivo Miécimo da Silva.
Agência Folha
Em São Paulo
Piscina do Sydney International Aquatic Centre, setembro de 2000. Pieter van den Hoogenband olha desconfiado para o placar eletrônico, leva as mãos a cabeça e parece não acreditar na façanha que acabara de lograr.
O nadador holandês havia despachado Ian Thorpe na final dos 200 m livre, conquistado a medalha de ouro olímpica e deixado um sorriso amarelo no semblante dos torcedores australianos. Dois anos se passaram desde a "inacreditável vitória", como definiu o próprio Hoogenband.
Hoje, com o recorde mundial dos 100 m livre no currículo e às vésperas de visitar o Brasil pela primeira vez -disputa, de quinta a domingo, a etapa do Rio da Copa do Mundo-, o nadador diz não temer mais o "Torpedo" e promete roubar a cena nos principais eventos da modalidade.
"Ian Thorpe pode ser o recordista mundial dos 200 m livre, mas eu sou o campeão olímpico e campeão europeu. Conheço o potencial dele, mas sei que tenho condições de vencer", revelou o atleta de 24 anos à reportagem.
O "holandês voador" -apelido que conquistou após se tornar o primeiro ser humano a nadar os 100 m livre abaixo dos 48s- já pensa até em declinar o mais ambicioso projeto do australiano: angariar sete ouros nos Jogos de Atenas-2004 e igualar a marca histórica de Mark Spitz, obtida há 30 anos, nos Jogos de Munique.
"Vou defender meus títulos em Atenas [nos 100 m livre e nos 200m livre]. São minhas conquistas mais importantes e não serão tomadas com facilidade", disse.
Hoogenband sabe, contudo, que sua tarefa é espinhosa. Ian Thorpe, 20, já quebrou 18 recordes mundiais em sua breve carreira. Em 2001, no Mundial de Fukuoka (JAP), que marcou o primeiro embate entre os atletas após Sydney, Thorpe devolveu o revés e ficou com o ouro e o recorde mundial nos 200 m livre.
"Sei que ele ainda vai melhorar. Mas eu também estou em um ótimo momento. Será um duelo bastante interessante", provoca o holandês, que já deu início aos treinamentos para o Campeonato Mundial de 2003, em Barcelona, na Espanha, palco do próximo encontro entre os nadadores.
Influenciado pelo pai, Cees Reyn, ex-jogador de pólo aquático, e pela mãe, Astrid Verver, vice-campeã européia nos 800 m livre no ano de 1971, Hoogenband começou a colher bons resultados na natação no ano de 1993, quando triunfou nos 100 m e nos 200 m livre nos Dias Olímpicos da Juventude Européia.
Credenciado como candidato a medalhas nos Jogos de Atlanta, em 1996, Pieter decepcionou. "Eu tinha 18 anos e pouca experiência. Ficar em quarto [nos 100 m e 200 m livres] não foi tão ruim assim. Agora, só penso em vencer. Um quarto lugar em Atenas seria um completo desastre", diz.
Brecando o míssil Além de bater Ian Thorpe na casa do rival, o holandês é o responsável pelo fim do reinado de Alexander Popov nos 100 m livre.
Em Sydney, onde o "Míssil Russo" buscava o tricampeonato olímpico, Hoogenband cravou 47s84 na distância, recorde mundial que perdura até este domingo.
Com a performance obtida pelo holandês, o tempo da prova mais importante da natação deixou a casa dos 48 segundos, onde estava estagnado havia 15 anos.
O esguio jovem nascido em Maastricht que ameaça ser a pedra no caminho de Ian Thorpe nas próximas temporadas nunca esteve no Brasil, mas guarda uma paixão em comum com a maioria da população local. "Sou fanático por futebol. Meu pai é médico do PSV Eidhoven [time da primeira divisão holandesa], do qual sou torcedor. Admiro muito dois jogadores brasileiros, Ronaldo e Vampeta, que já defenderam minha equipe na Holanda", disse.
A competição no Rio é a primeira das sete etapas que compõem o circuito 2002/2003 da Copa do Mundo. O evento será disputado em piscina curta (25 m), no Centro Esportivo Miécimo da Silva.
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