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Brasileiro entram na Copa do Mundo em busca de patrocínio

14/11/2002 21h47

Por Guilherme Roseguini
Agência Folha
Em São Paulo

Encarar medalhistas olímpicos, campeões e recordistas mundiais como adversários. Observar os efeitos de uma preparação especial, feita com orientação de um especialista estrangeiro. Amealhar os prêmios em dinheiro oferecidos aos melhores nadadores.

Além de grandes desafios na piscina, a etapa brasileira da Copa do Mundo, que será realizada de sexta a domingo no Centro Esportivo Miécimo da Silva, no Rio, reserva uma importante missão nos bastidores para os atletas locais.

Às vésperas do início do novo governo, a delegação terá que provar a qualidade da natação brasileira para conseguir perpetuar a parceria com os Correios, que perdura desde 1991.
É assim que Coaracy Nunes Filho, presidente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), encara o torneio.

"É inevitável pensar em política em uma competição destas. Vários estrangeiros de excelente nível técnico estarão presentes. Vamos ter uma ótima vitrine para provar nossas virtudes e mostrar que o patrocínio precisa ser renovado em 2003", declarou Nunes.

O contrato com os Correios, um dos mais longevos do esporte amador local, rende R$ 4,5 milhões mensais a entidade. Como a empresa é ligada ao governo federal, Nunes teme que a nova gestão não prossiga com o incentivo. "Mas eles vão perceber que fazemos um grande trabalho", diz.

Para cumprir a tarefa, os nadadores brasileiros ganharam um importante reforço. Eles foram acompanhados durante a semana pelo estoniano Rein Haljand, um dos principais especialistas em biomecânica do planeta.

Mesmo assim, o desafio do time capitaneado por Gustavo Borges, dono de 28 medalhas em eventos da Copa do Mundo, é espinhoso.

Cinco medalhistas olímpicos, com destaque para o holandês Pieter van den Hoogenband, recordista mundial dos 100 m livre, são algumas estrelas internacionais que estarão no torneio, disputado em piscina curta (25 m).

Estrelas que, aliás, aparecem raramente no Brasil. Desde que começou a receber eventos da Copa, em 1998, o Brasil realizava sempre etapas desprestigiadas. No circuito 2002/2003, o número de fases foi reduzido de nove para sete, o que aumentou a audiência dos principais astros da modalidade.