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Pai de nova propota tem diabetes e doping no currículo

23/12/2003 00h02

Agência Folha
Em São Paulo

A carreira de Gary Hall Jr. fora das piscinas sempre foi pródiga em acontecimentos bastante inusitados.

Em 1996, após arrebatar quatro medalhas nos Jogos de Atlanta, ele testou positivo para maconha. A substância ainda não fazia parte da lista das proibidas pelo Comitê Olímpico Internacional. Hall escapou ileso.

Dois anos depois, um novo vestígio da droga foi detectado em sua urina. Dessa vez, a Federação Internacional de Natação o suspendeu por três meses.

Em Sydney-2000, o nadador voltou a subir quatro vezes no pódio. Só que, na época, já dividia o tempo dos treinos com o tratamento de uma doença. O diagnóstico ocorreu em 1999, quando ele desmaiou sem motivo aparente durante uma festa.

No hospital, descobriu que tinha um tipo de diabetes em que o sistema imunológico ataca células do próprio corpo. "Foi um dos meus piores dias. Achei que a minha carreira acabaria. Passei a ter uma vida controlada", disse.

Apesar de ocupar sua agenda com a administração do "Race Club", Hall crê que não terá problemas para levar adiante seu passatempo predileto: tocar guitarra. Fã das bandas The Clash e Cream, ele lidera um grupo de rock e sempre carrega um violão para os torneios.

"Do Brasil, Mutantes é o meu conjunto favorito. Só falta aprender um pouco de português para entender as letras", disse o atleta.

Seu objetivo agora é obter pelo menos uma medalha na Olimpíada de Atenas. Motivo: se conseguir, iguala a marca de seu pai, que também subiu ao pódio em três Jogos diferentes. Nunca uma dupla pai e filho logrou tal feito.