CAS confirma banimento definitivo de Rebeca Gusmão, por doping
A nadadora brasileira Rebeca Gusmão perdeu a apelação feita à Corte Arbitral do Esporte. Nesta sexta-feira, a CAS confirmou sua suspensão definitiva da natação por causa de três infrações relativas a doping.
Rebeca Gusmão perdeu a apelação feita ao CAS
A entidade definiu nesta sexta-feira que a Federação Internacional de Desportos Aquáticos (FINA) estava correta em encerrar a carreira da brasileira de 25 anos devido aos incidentes.
Apesar disso, o advogado de Rebeca, Breno Tanuri, acredita em uma chance de recurso no caso. "Ainda existe uma pequena possibilidade de entrarmos com um recurso. Temos que analisar se, em algum ponto, essa decisão do CAS contradiz algum ponto da legislação suíça. Se encontrarmos, entraremos com recurso. Mas ainda precisamos de um estudo detalhado. As chances dessa contradição existir são remotas", afirmou ele, ao UOL Esporte.
Sobre as chances de ela jogar futebol, como ocorreu enquanto ela esteve suspensa, Tanuri afirmou que, profissionalmente, isso não será possível. "A decisão é soberana. Condenada, ela só poderia competir em ligas paralelas e competições amadoras de qualquer esporte. Mas nada com chancelas oficiais, como Fifa, CBF, CBDA...", explicou.
Rebeca testou positivo, em exame que indicou níveis elevados de testosterona em 2006 e também dias antes da disputa dos Jogos Pan-Americanos do Rio, em 2007. Um dos grandes problemas na ocasião foi a acusação de que ela teria trocado sua amostra de urina por material recolhido por outra pessoa.
No Pan, ela ficou com o ouro nos 50 m e 100 m livre, mas acabou desqualificada e teve as medalhas retiradas. Ela só pôde competir no Rio porque seu caso de doping do ano anterior ainda estava sendo julgado.
FUTEBOL: SÓ COMO AMADORA
A decisão é soberana. Condenada, ela só poderia competir em ligas paralelas e competições amadoras de qualquer esporte. Mas nada com chancelas oficiais, como Fifa, CBF, CBDA...
Breno Tanuri, advogado, sobre as chances de Rebeca jogar futebol profissionalmenteA Fina decidiu banir a nadadora definitivamente das competições em setembro de 2008, já que duas suspensões por doping resultariam nesta pena. No entanto, ela apelou à Corte Arbitral do Esporte, em decisão que era esperada para ser definida ainda no primeiro semestre.
Na apelação, a brasileira questionou a exatidão dos testes feitos. Os três árbitros do CAS “refutaram estes argumentos, concluindo que as três violações das regras antidoping ocorreram, duas na forma de ‘presença de substância proibida’ e uma na forma de ‘tentativa de trapaça em controle de doping’”, segundo comunicado.
Entenda o caso
Em 2007, durante os Jogos Pan-Americanos, Rebeca foi submetida a três exames de doping para a competição, além de um exame surpresa no dia de abertura do evento, mas não referente ao Pan (este último, por sinal, deu positivo e rendeu uma suspensão à nadadora). Duas dessas amostras apresentaram padrões hormonais bastante distintos, o que gerou suspeitas no médico Eduardo de Rose, coordenador dos exames antidoping dos Jogos Pan-Americanos.
Desta maneira, o médico solicitou que as amostras fossem submetidas a exames de DNA, testes estes que comprovaram que, de fato, as amostras eram de pessoas diferentes.
Rebeca Gusmão sempre negou qualquer fraude na realização dos testes antidoping durante o Pan e se disse vítima de uma conspiração.
Em 20 de dezembro de 2007, um inquérito instaurado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra a Saúde Pública do Rio de Janeiro terminou inconclusivo a respeito de possíveis falhas na coleta das amostras de urina durante o Pan.
Uma semana antes, a Odepa confirmara o doping positivo de Rebeca durante o Pan e cassou as quatro medalhas (dois ouros, uma prata e um bronze) conquistados pela atleta na competição.
Apesar das penas esportivas, Rebeca foi absolvida da acusação de falsidade ideológica a que respondia. O juiz Flávio Itabaiana de Oliveira Nicolau, da 27ª Vara Criminal da Capital, alegou falta de provas.
*Com reportagem de Bruno Império
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