Em teste sem supermaiô, Cielo é mais lento, mas bate tempos de rivais estrangeiros
César Cielo caiu na piscina nesta segunda-feira para fazer um teste. Nadou os 100m livre, em que é recordista mundial, em 49s41. Nos 50m, em que é campeão olímpico e mundial, fez 22s10. Os tempos não teriam nada de significante não fosse por um detalhe: ele nadou de bermuda, nada dos supermaiôs que causaram a avalanche de recordes mundiais na natação nos últimos dois anos.
A performance não foi de outro mundo, mas serviu para provar que, mesmo sem os maiôs, Cielo segue no topo das provas de velocidade. A comparação feita foi com a Eindhoven Cup, no mês passado. Na Holanda, os nadadores foram proibidos de usar os trajes tecnológicos. De bermuda, o italiano Fillippo Magnini, bicampeão mundial, venceu os 100m em 49s82. Nos 50m, o recordista mundial Fred Bousquet foi o vencedor com 22s10.
“O tempo foi bom. Não foi mais rápido por que os fatores externos não ajudaram. Mas comparando com os tempos que os caras fizeram na Holanda, fiz o mesmo tempo dos 50m e o Magnini ganhou para 49s8. Então acho que estou em um caminho bom para essa nova fase sem maiô. Mesmo em clima inferior ao que os caras tiveram lá na Holanda, ainda estou um pouquinho à frente. Foi positivo”, comemorou o nadador.
A tomada de tempo foi uma iniciativa do Pinheiros, clube de Cielo, para avaliar o nível de seus nadadores para o último torneio do ano, o Open, na semana que vem. O treino teve, inclusive, placar eletrônico e juiz da Federação Paulista. Por isso, serviu também para comparar os tempos com e sem os trajes tecnológicos.
Cielo, por exemplo, foi bem mais lento do que seu recorde mundial nos 100m livre, de 46s91. Ex-recordista mundial dos 50m peito Felipe França foi outro que não repetiu seu tempo: fez 28s99 nesta segunda, contra 26s76 do Mundial de Roma, em que foi medalhista de prata.
“Eu não tenho a menor idéia de como os tempos vão variar. Acho que ninguém vai fazer tempos iguais, pelo menos no primeiro momento, mas deve variar bastante de atleta para atleta. Falar de tempo é prematuro. Mas conseguimos observar alguns detalhes muito importantes. O Henrique Barbosa já tinha nadado na França nesse fim de semana de bermuda e avisado que a recuperação da eliminatória para a final foi difícil. E foi exatamente o que ouvi hoje”, analisou o técnico do clube e da seleção brasileira, Alberto Silva.
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