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"Manter os recordes com supermaiôs seria estúpido", diz Sullivan

Das agências internacionais

Em Sydney (AUS)

08/12/2009 10h13

O australiano Eamon Sullivan, um dos nomes mais fortes das provas de velocidade da natação, afirmou ser contra a manutenção dos recordes conquistados nos últimos anos, com a ajuda dos supermaiôs. A partir de 2010, as vestimentas tecnológicas estão proibidas e, entre os homens, o uso será apenas de sungas e bermudas.

CÉSAR CIELO BATE RIVAIS DURANTE
TESTE SEM SUPERMAIÔ M SÃO PAULO

  • Bruno Doro/UOL Esporte

    César Cielo caiu na piscina nesta segunda-feira para fazer um teste. Nadou os 100m livre, em que é recordista mundial, em 49s41. Nos 50m, em que é campeão olímpico e mundial, fez 22s10. Os tempos não teriam nada de significante não fosse por um detalhe: ele nadou de bermuda, nada dos supermaiôs que causaram a avalanche de recordes mundiais na natação nos últimos dois anos.

Sullivan, que foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos de Pequim nos 100 m livre, disse que “seria incrivelmente estúpido” manter os recordes feitos durante a temporada de 2009, com o uso da melhor geração dos maiôs.

“Eu definitivamente acho que, agora que os trajes de poliuretano estão proibidos, manter os recordes feitos com eles seria incrivelmente estúpido”, afirmou Sullivan. “Esta é a razão para voltarmos aos trajes antigos, a queda massiva dos tempos.”

Com os supermaiôs, as marcas mundiais caíram espantosamente, o que não deve ser visto na próxima temporada. Nadadores como Michael Phelps e César Cielo já fizeram testes com bermudas e os tempos foram consideravelmente piores em relação aos feitos com as vestimentas.

O australiano considera que haverá um tempo de adaptação. “Acho que até Londres-2012 nós devemos estar de volta à normalidade, sabendo bem o que estamos fazendo e tendo conhecimento de quão velozes podemos ser”, analisou Sullivan.

Para a australiana Libby Trickett, campeã olímpica dos 100 m borboleta, o perigo será a comparação entre os novos tempos e os antigos. “O público e a imprensa têm de colocar as coisas em perspectiva e não comparar este ou aquele traje. Senão, haverá desapontamento”, disse ela.