Poliana volta a criticar método de escolha do Brasil Olímpico
Poucos minutos antes do início da cerimônia do Prêmio Brasil Olímpico, nesta segunda-feira, no ginásio do Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, a nadadora Poliana Okimoto voltou a reclamar do fato de o vencedor do troféu ser escolhido por voto popular. Na opinião da paulista, a eleição deveria ser feita por um colégio de especialistas.
“O que eu contestei foi o modo como a eleição foi feita. Acho que estou dentro do meu direito de falar o que penso”, voltou a esbravejar Poliana, que concorre na categoria Melhor Esportista do ano com a judoca Sarah Menezes e a taekwondista Natália Falavigna. “Seria interessante que as pessoas que estão dentro do esporte, como jornalistas e dirigentes, tivessem maior peso nessa votação”.
As reclamações de Poliana, que começaram no blog da nadadora e se estenderam ao dia da premiação, devem-se, sobretudo, ao fato de o governador do Piauí, Wellington Dias (PT) comandar uma verdadeira mobilização em seu Estado em prol de Sarah Menezes. Em suas aparições públicas e no programa de rádio Falando com o governador, Dias pediu ao público piauiense que votasse constantemente na judoca no site www.cob.org.br. O resultado foi que as primeiras parciais do prêmio, não confirmadas oficialmente pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), davam vitória a Sarah.
A eleição dos dois vencedores, masculino e feminino, é baseada apenas no voto popular. A escolha dos três finalistas de dada naipe, porém, foi feita pelo colégio eleitoral especializado, formado justamente por atletas, ex-atletas, técnicos, dirigentes e jornalistas.
Natália Falavigna, por sua vez, preferiu não polemizar. "Acho que é legal [a votação popular] para que todas as pessoas possam participar. Cada um já ganha no seu esporte, então é bom que o público possa participar também", opinou a atleta, lembrando que o colégio especializado elege, além dos três finalistas dos prêmios principais, os vencedores por modalidade.
Sarah Menezes não só confirmou a mobilização estadual em torno dela como ainda elogiou o método de eleição. "Tenho certeza que muito piauiense votou. O povo todo se reuniu, teve campanha na TV, na internet, no rádio, e todo mundo votou. Teve gente que passou manhã, tarde e noite votando, foi bem legal. Concordo com esse processo de votação. Já passou pelo comitê, pelas confederações, e agora é a vez de a população se envolver. Isso ajuda o esporte a crescer por aqui", avaliou.
Apesar de criticar o método de escolha, Poliana Okimoto fez questão de elogiar suas adversárias. “As outras duas concorrentes são superatletas. Quem ganhar, o prêmio estará em boas mãos”, comentou.
Sem contar toda a polêmica pelo formato da votação, Poliana Okimoto chega ao Brasil Olímpico como principal favorita entre as mulheres. A nadadora chega credenciada pelo bronze obtido no Mundial de esportes aquáticos - primeira medalha de uma brasileira na história da competição - e pelo título do Circuito Mundial de maratonas aquáticas.
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