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Após decepção do Brasil Olímpico, Poliana vai "pegar leve" por 2012

Poliana Okimoto voltou a reclamar da votação, em que o internauta podia votar quantas vezes quisesse - Fernando Soutello/UOL
Poliana Okimoto voltou a reclamar da votação, em que o internauta podia votar quantas vezes quisesse Imagem: Fernando Soutello/UOL

Bruno Doro

No Rio de Janeiro

22/12/2009 11h46

Poliana Okimoto era a favorita, mas não levou o Prêmio Brasil Olímpico. Decepção? Pelo contrário. Para 2010, a nadadora deve fazer uma temporada diferente da que resultou no título da Copa do Mundo de maratonas aquáticas. A grande meta será conquistar o título no Mundial de Águas Abertas, no Canadá, em julho.

“Será o grande objetivo e, para isso, vamos tentar nadar ao máximo em águas frias, já que é essa condição que vamos enfrentar e é uma situação em que eu tenho dificuldade”, explicou a nadadora.

Segundo seu técnico e marido, Ricardo Cintra, eleito o melhor treinador do ano pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro), além de focar o Mundial, Poliana também deve tentar ter um calendário mais lógico. “Esse ano foi uma loucura. Nós chegávamos ao Brasil, ficávamos cinco dias aqui e já voltávamos a viajar. Se continuasse nesse ritmo, ela chegaria a 2012 cansada, sem vontade de continuar. Vamos ter de dar uma repensada no calendário, para que o ano seja mais light”.

Essa maratona, porém, fez bem para a nadadora, que veio de um 8º lugar nas Olimpíadas de Pequim para o terceiro no Mundial de Roma, em julho, e o título do circuito internacional. “No ano passado (para as Olimpíadas de Pequim), eu errei. Dei muita importância ao físico. Ela chegou voando à China. Mas não nos preocupamos tanto com a parte tática e ela não tinha muita confiança para tomar decisões, não tinha certeza do momento em que atacar”.

Nesse ano, esse problema foi corrigido. “Ela ganhou muito mais bagagem. A partir da segunda ou da terceira prova, começou a acreditar que era possível ganhar. O maior exemplo disso é com a russa (Larisa Ilchenko, campeã olímpica). Até esse ano, ela nunca tinha chegado na frente da Larisa. E neste ano venceu”, fala Ricardo.

O desempenho foi tão bom que assustou inclusive o técnico-marido. ““Ela venceu em condições em que não vencia antes. Mar agitado, água gelada. Me surpreendeu algumas vezes”, diz. “Em Nova York, eu tinha certeza de que não daria certo. Era praticamente um maremoto. E ela é toda franzina e vem das piscinas. A técnica dela não favorecia nestas condições. E mesmo assim, venceu”.

Para ele, a grande diferença é a consciência de Poliana para decidir as provas. “Antes, ela tinha medo de puxar uma prova, de arrancar no final. Ela não pagava pra ver nunca. Agora, não. Ela mostrou mais desenvoltura. Venceu nove em 11 provas e em todas elas foi ela que comandou a prova”.