Topo

Gabriella Silva volta a competir, mas auge técnico fica para agosto

Gabriella Silva participa de treino no Pinheiros; atleta voltou a competir e tenta recuperar sua forma - Sergio Moraes/Reuters
Gabriella Silva participa de treino no Pinheiros; atleta voltou a competir e tenta recuperar sua forma Imagem: Sergio Moraes/Reuters

Allan Farina

Em São Paulo

22/03/2010 07h00

Melhor brasileira nas piscinas do Mundial de Roma, no ano passado, Gabriella Silva voltou a competir na última semana. O quinto lugar nos 50m livre, em um torneio regional na piscina do Corinthians, em São Paulo, foi o primeiro resultado após a cirurgia no ombro esquerdo, realizada em setembro.

O tempo de 27s85 não chegou a impressionar, mas foi visto com alegria pela atleta. “Foi uma competição pequena, mas fiquei com a adrenalina lá em cima. Minha última competição tinha sido o Mundial, então estava com essa ansiedade. Senti saudades desse frio na barriga”, revela Gabriela, que tenta recuperar seu ritmo nas piscinas.

“A segurança ainda não está das maiores. Quando acelero, tenho dificuldades para manter a técnica do borboleta, mas acho que até maio dá para entrar em forma”, diz a atleta.

A perspectiva é compartilhada por seu técnico, Alberto Silva, o Albertinho. Segundo ele, a nadadora ainda não está em sua melhor forma e só irá alcançar o auge físico e técnico no meio do ano – a tempo para o Pan-Pacífico de Irvine, nos EUA, entre 18 e 22 de agosto.

“Acho que ela já tem condições de competir em alto nível. Talvez ainda não no mesmo patamar que estava antes, mas isso vai ficar para o segundo semestre. Acredito que ela vai ter uma boa performance no Maria Lenk (em maio, seletiva para o torneio), e no Pan Pacific conseguirá mostrar um nível bem próximo ao que ela apresentava”, diz o treinador principal do Pinheiros, clube da atleta.

Gabriella treina normalmente desde o começo do ano. A participação no Regional fez parte do processo de recuperação. “Sempre fica algum medo na hora de nadar, então, para romper essa primeira barreira, optamos por competir. Foi positivo”, comenta Albertinho.

No Mundial de Roma, Gabriella foi quinta colocada na prova dos 100m borboleta – a marca só foi superada por Poliana Okimoto, bronze na maratona aquática. Na ocasião, a atleta já sabia que teria de operar o ombro.

“O ombro dava uma subluxação devido a uma frouxidão ligamentar, e provocava dor. Então ela não conseguia treinar direito. Operando, essa situação não vai mais acontecer. Além disso, ela vai conseguir fazer melhor alguns movimentos de musculação, o que melhora sua forma física”, explica Albertinho.

Apesar da cirurgia, Gabriella terá de continuar lidando com uma hiperflexão na região lombar, um problema crônico que provoca dores e pode afetar seu desempenho. A situação não é cirúrgica, mas exige um acompanhamento fisioterápico de perto para evitar maiores danos. “Isso me limita bastante, porque não posso fazer o mesmo trabalho de musculação que todas as atletas. Fico até alguns dias sem treinar por causa dessa dor. Lido com isso há três anos e infelizmente tenho que lidar com essa situação”, lamenta a nadadora.

“Se não fosse por esse problema, acredito que a Gabriella já estaria disputando o primeiro lugar nas Olimpíadas e no Mundial”, diz Albertinho.