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Brasil difere de rivais e usará tempos de 2009 como seletiva para o Pan-Pacífico

Paula Almeida

Em São Paulo

26/04/2010 17h41

A CBDA anunciou nesta segunda-feira os critérios de convocação para o Pan-Pacífico, torneio continental a ser realizado entre os dias 18 e 23 de agosto na cidade de Irvine, nos Estados Unidos. E, diferentemente de outros países como Estados Unidos e Canadá (além de nações europeias e asiáticas que também disputarão eventos locais), a delegação brasileira aceitará tempos registrados em 2009.

Ao todo, as marcas tomadas em seis competições serão levadas em conta: Campeonato Mundial, Troféu José Finkel, Campeonato Brasileiro e Torneio Open, todos deste ano, Jogos Sul-Americanos (realizados no último mês de março) e Troféu Maria Lenk, a ser disputado entre 3 e 9 de maio.

Os critérios acabaram surpreendendo porque a natação vive uma nova fase desde a proibição dos supermaiôs. Nos últimos anos, o uso das vestimentas ajudou a derrubar tempos e recordes, e em 2010, com as novas regras, o que se vê é um esporte aproximadamente 2% mais lento do que na era passada.

Em entrevista ao UOL Esporte, o supervisor técnico de natação da CBDA explicou que os critérios de convocação para o Pan-Pacífico procuraram evitar que atletas que se destacaram no ano passado ficassem fora da disputa por não poderem participar de uma seletiva única.

“Os nadadores que entram hoje em uma temporada internacional naturalmente programam sua vida com os resultados internacionais que obtiveram. Não podemos descartar esses resultados. Este é um ano que, como não houve uma competição internacional de alto nível, não se pode falar de janeiro, fevereiro e março”, justificou Moura. “E vamos supor que um atleta não consiga nadar a seletiva por estar doente ou coisa parecida. Ele tem só essa oportunidade e acabou? Não podemos alijar os melhores atletas”.

Quando questionado sobre o sistema de convocação adotado por outros países, que terão apenas uma seletiva e não aceitarão tempos do ano passado, o supervisor não quis fazer comparações. “Cada país tem seu programa. Alguns, como nós, não querem deixar de lado seus principais atletas”, comentou Moura. “O Mundial [em Roma] foi nossa melhor competição. Se eu tivesse certeza absoluta do rendimento neste começo de ano, seria diferente, mas não baseamos nosso programa em suposições. Isso tudo passou pela comissão técnica permanente”.

Ao todo, 24 atletas representarão o Brasil no Pan-Pacífico, aqueles que obtiverem os melhores índices nas competições acima citadas. Os 24 nadadores seguintes a esses serão convocados para o Torneio Quatro Nações, que reunirá representantes brasileiros, franceses, australianos e canadenses na cidade de Victoria, no Canadá, nos dias 5 e 6 de agosto.

Segundo Ricardo de Moura, o foco da CBDA ao ampliar o leque de nadadores nas competições internacionais deste ano - e também das próximas temporadas - é aumentar as opções para as Olimpíadas de 2012-Londres e 2016-Rio de Janeiro.

“Hoje temos 52 atletas viajando em competições internacionais. Estamos plantando para colher em 2012. Nossas preocupações são pequenas neste momento, estamos mais preocupados em favorecer essa nova geração”, concluiu.