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Cielo nega decepção, elege prata como 'vilã' e volta a culpar planejamento

Cesar Cielo nega decepção por perder a medalha de ouro nos 50 m livre do Pan-Pacífico, nos EUA - Satiro Sodré/Divulgação CBDA
Cesar Cielo nega decepção por perder a medalha de ouro nos 50 m livre do Pan-Pacífico, nos EUA Imagem: Satiro Sodré/Divulgação CBDA

Roberta Nomura

Em São Paulo

25/08/2010 17h09

Cesar Cielo encerrou sua participação no Pan-Pacífico com três medalhas. A única de ouro foi obtida nos 50 m borboleta. O brasileiro, no entanto, sucumbiu no nado livre, sua especialidade, e ficou com a prata nos 50 m e com o bronze nos 100 m. Nesta quarta-feira, o nadador voltou a culpar o planejamento pelo desempenho abaixo do esperado, negou decepção e ainda afirmou que o segundo lugar no pódio o chateou mais do que o terceiro.

“Aquele não era o nadador que eu estava acostumado a ser. Nunca caí tanto em um final de prova. Não sabia que estava tão na frente nos 100 m livre. Nunca morri daquele jeito. Foi um erro coletivo, mas passei por isso várias vezes e não vejo motivo para não dar a volta por cima de novo”, disse Cielo, em entrevista coletiva em São Paulo.

O Pan-Pacífico, encerrado no fim de semana em Irvine (Estados Unidos), foi marcado por uma bronca do técnico australiano Brett Hawke após Cielo obter apenas o 11º melhor tempo nas eliminatórias dos 100 m livre e também pelo pedido de desculpa do próprio treinador. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Hawke disse que decepcionou o brasileiro.

Cielo comentou que, de fato, houve erro na preparação e explicou que faltou treino de piscina. O nadador negou que houvesse excesso de confiança. “Eu estava sabendo que não estava no auge da minha forma. Mas tentava colocar na minha cabeça. Teve o cansaço da rotina de treinamento. Ficar lá seis meses com o Brett ausente foi mais difícil ainda”.

O australiano assumiu o cargo de diretor da natação da Universidade de Auburn, local de treinamento de Cielo. Mesmo com a prata e o bronze em suas especialidades, o paulista rechaçou sentimento de decepção.

"Não foi decepção para ninguém. Poderia ter sido melhor, mas sair da competição com três medalhas não pode ser considerado ruim”, disse o nadador brasileiro. “Foi a melhor participação do Brasil no Pan-Pacífico. O meu desempenho ficou aquém, mas não houve decepção. Poderia ter sido melhor, mas poderia ter sido pior também”, completou.

Entre a prata nos 50 m livre e o bronze nos 100 m livre, Cielo elegeu o segundo lugar como seu ‘vilão’ no Pan-Pacífico. “O bronze me deram de presente. Quando fiquei em 11º nas eliminatórias, pensei: ‘o que eu fiz?’. Mas pela regra fui à final. Aí nadei na raia 8 que já me deu coisas muito boas. Mas a final já era um presente para mim. No dia dos 50 m eu acordei pensando em ganhar e não ganhei”, contou.