Topo

Cielo é 1º a unificar títulos mais rápidos em piscina longa e curta e apaga ano ruim

Cesar Cielo recebe a medalha de ouro dos 100m livre no Mundial de piscina curta - Satiro Sodré/CBDA
Cesar Cielo recebe a medalha de ouro dos 100m livre no Mundial de piscina curta Imagem: Satiro Sodré/CBDA

Do UOL Esporte

Em São Paulo

19/12/2010 18h48

Cesar Cielo nunca escondeu de ninguém: seu objetivo para 2010 era o Pan-Pacífico. Ele pode até ter falhado na competição que elegeu como a principal de sua temporada, mas o ano que deveria ser ruim terminou em alta para o campeão olímpico brasileiro.

AS OITO MEDALHAS DO BRASIL EM DUBAI

Ouro
Cesar Cielo
50m livre
Ouro
Cesar Cielo
100m livre

Ouro
Felipe França
50m peito

Prata
Kaio Márcio
200m borboleta

Bronze
Felipe França
100m peito

Bronze
Kaio Márcio
100m borboleta
Bronze
Nicholas Santos, Cesar Cielo, Marcelo Chierighini, Nicolas Oliveira
4x100m livre
Bronze
Guilherme Guido, Felipe França, Kaio Márcio e Cesar Cielo
4x100m medley

Neste domingo, ele fechou o Mundial de piscina curta de Dubai com dois ouros e mais duas medalhas de bronze em provas de revezamento. De quebra, se tornou o primeiro nadador a ser o campeão mundial em piscina longa (50m) e curta (25m) das duas provas mais rápidas das águas, os 50m e os 100m livre.

Antes dele, o único a conquistar os dois títulos em piscinas de 25 metros tinha sido o venezuelano Francisco Sanchez, em 1997. Durante o reinado do sul-americano em piscina curta, no entanto, os reis da piscina longa eram Alexander Popov (entre 94 e 98) e Bill Paczuk (98 a 2001) nos 50m e Popov e Anthony Ervin nos 100m.

Os dois títulos em Dubai servem para amenizar o sentimento de decepção de Cielo com o ano de 2010. Após admitir que teve problemas no planejamento de treinos em Auburno, nos EUA, ele fez um Pan-Pacífico ruim para quem é o atual recordista mundial dos 50m e 100m livre. Foi campeão dos 50m borboleta, mas acabou apenas com a prata nos 50m e o bronze nos 100m.

Essa temporada, inclusive, pode mudar a vida de Cielo. Se nos anos anteriores ele sempre afirmou que “não tinha porque mudar algo que estava dando certo” e afirmava que seguiria treinando no primeiro semestre em Auburn, nos EUA, para 2011 o destino é incerto. Cielo ainda não confirmou se volta aos EUA em janeiro ou se vai seguir no Brasil – e, se ficar, também não decidiu se será no Rio de Janeiro, por causa do Flamengo, ou São Paulo, onde está seu técnico, Alberto Pinto, o Albertinho.

Mundial com mais medalhas brasileiras

Na esteira de Cielo, a equipe brasileira de natação fez seu melhor Mundial, pelo menos em número de medalhas. Foram oito pódios verde-amarelos (3 ouros, 1 prata e 4 bronzes), superando os seis do Rio de Janeiro, em 1995. Naquela edição, porém, o Brasil teve uma prata a mais: foram 3 ouros, duas pratas e um bronze.

As outras estrelas da delegação foram Felipe França e Kaio Márcio. O primeiro conquistou, também neste domingo, o título dos 50m peito – no Mundial de Roma, em 2009, de piscina longa, ele foi prata nessa prova. Ele já tinha conquistado o bronze nos 100m peito. Kaio Márcio também saiu com duas medalhas individuais, prata nos 200m borboleta e bronze nos 100m borboleta.

O trio de medalhistas foi fundamental na conquista de outro pódio, o bronze do revezamento 4x100m medley – o outro a nadar foi Guilherme Guido, especialista no estilo costas. Nesta prova, inclusive, a importância de Cielo foi muito menor do que na outra medalha do país em revezamentos, no 4x100m livre. França e Kaio tiraram o Brasil do quinto lugar e entregaram para Cielo em terceiro, posição que o campeão olímpico apenas teve de manter. No 4x100m livre, o Brasil foi bronze após Cielo entrar na água com o time em sexto e entregar para os últimos dois nadadores em primeiro.