Cielo é 1º a unificar títulos mais rápidos em piscina longa e curta e apaga ano ruim
Cesar Cielo nunca escondeu de ninguém: seu objetivo para 2010 era o Pan-Pacífico. Ele pode até ter falhado na competição que elegeu como a principal de sua temporada, mas o ano que deveria ser ruim terminou em alta para o campeão olímpico brasileiro.
AS OITO MEDALHAS DO BRASIL EM DUBAI
Ouro Cesar Cielo 50m livre | |
Ouro Cesar Cielo 100m livre | |
Ouro | |
Prata | |
Bronze | |
Bronze Kaio Márcio 100m borboleta | |
Bronze Nicholas Santos, Cesar Cielo, Marcelo Chierighini, Nicolas Oliveira 4x100m livre | |
Bronze Guilherme Guido, Felipe França, Kaio Márcio e Cesar Cielo 4x100m medley |
Neste domingo, ele fechou o Mundial de piscina curta de Dubai com dois ouros e mais duas medalhas de bronze em provas de revezamento. De quebra, se tornou o primeiro nadador a ser o campeão mundial em piscina longa (50m) e curta (25m) das duas provas mais rápidas das águas, os 50m e os 100m livre.
Antes dele, o único a conquistar os dois títulos em piscinas de 25 metros tinha sido o venezuelano Francisco Sanchez, em 1997. Durante o reinado do sul-americano em piscina curta, no entanto, os reis da piscina longa eram Alexander Popov (entre 94 e 98) e Bill Paczuk (98 a 2001) nos 50m e Popov e Anthony Ervin nos 100m.
Os dois títulos em Dubai servem para amenizar o sentimento de decepção de Cielo com o ano de 2010. Após admitir que teve problemas no planejamento de treinos em Auburno, nos EUA, ele fez um Pan-Pacífico ruim para quem é o atual recordista mundial dos 50m e 100m livre. Foi campeão dos 50m borboleta, mas acabou apenas com a prata nos 50m e o bronze nos 100m.
Essa temporada, inclusive, pode mudar a vida de Cielo. Se nos anos anteriores ele sempre afirmou que “não tinha porque mudar algo que estava dando certo” e afirmava que seguiria treinando no primeiro semestre em Auburn, nos EUA, para 2011 o destino é incerto. Cielo ainda não confirmou se volta aos EUA em janeiro ou se vai seguir no Brasil – e, se ficar, também não decidiu se será no Rio de Janeiro, por causa do Flamengo, ou São Paulo, onde está seu técnico, Alberto Pinto, o Albertinho.
Mundial com mais medalhas brasileiras
Na esteira de Cielo, a equipe brasileira de natação fez seu melhor Mundial, pelo menos em número de medalhas. Foram oito pódios verde-amarelos (3 ouros, 1 prata e 4 bronzes), superando os seis do Rio de Janeiro, em 1995. Naquela edição, porém, o Brasil teve uma prata a mais: foram 3 ouros, duas pratas e um bronze.
As outras estrelas da delegação foram Felipe França e Kaio Márcio. O primeiro conquistou, também neste domingo, o título dos 50m peito – no Mundial de Roma, em 2009, de piscina longa, ele foi prata nessa prova. Ele já tinha conquistado o bronze nos 100m peito. Kaio Márcio também saiu com duas medalhas individuais, prata nos 200m borboleta e bronze nos 100m borboleta.
O trio de medalhistas foi fundamental na conquista de outro pódio, o bronze do revezamento 4x100m medley – o outro a nadar foi Guilherme Guido, especialista no estilo costas. Nesta prova, inclusive, a importância de Cielo foi muito menor do que na outra medalha do país em revezamentos, no 4x100m livre. França e Kaio tiraram o Brasil do quinto lugar e entregaram para Cielo em terceiro, posição que o campeão olímpico apenas teve de manter. No 4x100m livre, o Brasil foi bronze após Cielo entrar na água com o time em sexto e entregar para os últimos dois nadadores em primeiro.
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