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Elite da natação brasileira compete ao som de britadeiras no Maracanã

Cielo cai na água: ao fundo, uma das rampas de acesso ao Maracanã -
Cielo cai na água: ao fundo, uma das rampas de acesso ao Maracanã

Bernardo Feital

No Rio de Janeiro

04/05/2011 07h00

De um lado som de britadeira, peões trabalhando e muito entulho. Do outro, a elite da natação nacional no Parque Aquático Júlio Delamare, no complexo esportivo do Maracanã. Enquanto as obras no estádio que sediará a final da Copa do Mundo de 2014 seguem, nadadores disputam o Troféu Maria Lenk, que vai até o próximo domingo.

FILHOTES DO PAN: R$ 4 MILHÕES POR ANO

  • Ana Carolina Fernandes/Folhapress

    Dois dos três principais legados dos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro custam, anualmente, R$ 4 milhões ao Comitê Olímpico Brasileiro (COB). O alto custo poderia ser justificado se os equipamentos em questão estivessem sendo usados na preparação do time brasileiros que vai, por exemplo, lutar por medalhas nas Olimpíadas de Londres, no ano que vem.

Não fosse a música de fundo no parque aquático, o irritante som da construção seria facilmente percebido pelos atletas enquanto buscam concentração para as provas. Na parte de infraestrutura, existem pequenos problemas, nenhum deles ligado diretamente às obras.

César Cielo, por exemplo, teve de retardar a largada do 4x50 masculino, na terça-feira, pois seu bloco de largada estava frouxo. A peça é nova, introduzida na natação no ano passado. É composta por um apoio para o pé móvel, inspirado no bloco de largada do atletismo.

Mesmo com os problemas, Cielo conseguiu o melhor tempo do ano, com 21s73. “Quando cheguei, fiquei com medo de forçar e deslocar o bloco. Por isso, tive de retardar [a largada]. Além disso, na piscina anexa, de aquecimento, faltam algumas raias e bandeirinhas. Isso prejudica um pouco, até na nossa concentração. Mas gosto do Delamare”, afirmou.

Para Thiago Pereira, a história do Júlio Delamare conta muito em uma competição. Ele apela para a aura do lugar, onde já conseguiu alguns feitos significativos. “Não vejo muita diferença daqui para o Maria Lenk (no complexo do autódromo, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio), por exemplo. Gosto daqui, pois já consegui muitos bons resultados e recordes”.

Apesar das obras que fecharam o estádio do Maracanã no ano passado, instalações adjacentes do complexo continuam funcionando. Segundo a assessoria da Secretaria de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro, além do parque aquático, o estádio de atletismo Célio de Barros também está em funcionamento. O museu do futebol, porém, já está fechado para o público.