De Rose diz que doping de Fabíola é "muito leve" e não ameaça disputa do Pan
Responsável pelo Painel de Controle da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e membro-fundador da Agência Mundial Antidoping (Wada), o médico Eduardo de Rose assegurou que a nadadora Fabíola Molina não foi beneficiada pelo uso de doping porque o estimulante ingerido por ela é “muito leve”.
De Rose enviou esse parecer para a Federação Internacional de Natação (Fina), que deverá aprovar a punição de dois meses aplicada em Molina. Assim, a nadadora não corre risco de perder o direito de disputar o Troféu José Finkel de agosto e os Jogos Pan-Americanos de outubro, próximas competições de seu calendário.
Segundo o médico, a Fina não deverá aumentar a pena de Fabíola por levar em conta que a competição não valia medalha, e a substância não fez com que ela melhorasse seu desempenho a ponto de prejudicar outros atletas.
“Esse é um estimulante muito leve, que praticamente não adiciona nada à performance”, explicou De Rose. A Metilhexanamina é tolerada em treinamentos, mas proibida em competições. “Foi mais um descuido do que qualquer outra coisa, e ela pagou muito caro com esses dois meses. Então eu acredito que a Fina não vá discutir essa punição”, completou.
FABÍOLA RECONHECE USO DE DOPING
"No momento do exame, relatei os suplementos que tinha tomado, inclusive o sache que havia recebido. Quando o relatei, o médico responsável me alertou para o componente nocivo do produto para a minha surpresa. Reconheço que por um descuido ingeri essa substancia que não é permitida em competição, e que não tive a intenção de obter ganho de performance (e nem houve)". |
Fabíola Molina foi flagrada no exame da seletiva do Mundial de Xangai no dia 22 de abril, após tomar um suplemento de amostra grátis sem consultar seu médico. Segundo a carta divulgada pela nadadora nesta terça, ela foi alertada no ato do exame sobre a proibição da substância, mas nada pôde fazer.
A CBDA se reuniu para analisar o caso e decidiu punir Fabíola com uma suspensão de dois meses a partir de sua última prova, disputada no dia 8 de maio. Com isso, a nadadora ficará fora do Mundial de Xangai no mês que vem, e ainda perdeu o índice conquistado para os Jogos Olímpicos de 2012.
Como deverá disputar o José Finkel e o Pan, Fabíola terá mais chances de recuperar o índice olímpico e assegurar a sua vaga em Londres. Ela ainda irá disputar os Jogos Militares em agosto, mas essa competição não será afetada pela sua punição.
Quanto às providências a serem tomadas contra os fabricantes de produtos que contém doping, De Rose explicou que se trata de uma responsabilidade dos órgãos judiciais: “São empresas internacionais, e é muito complicado controlar. Isso acontece normalmente nesses casos de menor periculosidade”.
A irresponsabilidade do fabricante é outro fator que a Fina deverá considerar na análise da punição de Fabíola: “Eles levam isso em conta e trabalham muito em cima disso, na parte de educação junto aos atletas”, concluiu De Rose.
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