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Finalista, Cielo revela angústia após doping e diz que não está 100% mentalmente

"Tentei imaginar minha vida sem isso e abriu um buraco enorme no meu peito" - REUTERS/David Gray
"Tentei imaginar minha vida sem isso e abriu um buraco enorme no meu peito" Imagem: REUTERS/David Gray

Do UOL Esporte

Em São Paulo

24/07/2011 12h08

Cesar Cielo falou pela primeira vez sobre suas reações após ser advertido por doping (testou positivo para o diurético furosemida). Ele revelou ter sentido medo de ficar afastado das piscinas e admitiu não estar totalmente recuperado mentalmente do episódio. No entanto, o campeão olímpico e mundial mostra que, aos poucos, está superando o problema. Nesta segunda-feira, ele pode provar isso na final dos 50m borboleta no Mundial de Xangai.

Medalhista de ouro nos 50m livre em Pequim-2008, Cielo revelou a angústia de talvez não competir em Xangai. “Estou feliz por estar aqui, por sentir essa adrenalina outra vez. Tentei imaginar minha vida sem isso e abriu um buraco enorme no meu peito. Dar mais valor ao que eu tenho na vida foi a grande lição que Deus me deu”,confessou. Dias antes do início das competições na China, a Corte Arbitral do Esporte (CAS) manteve a pena mínima aplicada pela CBDA e o atleta foi liberado para competir.

“Fisicamente estou muito bem, mas mentalmente ainda não estou 100%”, afirmou o nadador em referência ao caso do doping. “Mas estou voltando a ficar perigoso”. De fato, no primeiro evento que disputou, os 50m borboleta (por decisão dos técnicos, Cielo não esteve na equipe do revezamento 4x100 livre), o brasileiro fez o melhor tempo entre os oito finalistas, com 23s19, mas acredita que ainda pode melhorar a marca ajustando alguns detalhes na final de segunda.

“Tem umas coisas para melhorar. Acho que os meus primeiros 25 metros foram bem ruinzinhos. Na final, tenho de conseguir mais ou menos o mesmo tempo que fiz em Paris se quiser brigar por medalha", afirmou Cielo, em referência aos 22s98 conquistados no fim de junho.

Apesar de ter o melhor tempo, Cielo nega o favoritismo na decisão. “Está todo mundo muito perto, do primeiro ao oitavo, não tem favorito absoluto. Prova de 50m não tem favorito. Quem acertar tudo vai levar”, indicou o nadador, que lamentou a ausência do revezamento 4x100 livre na final, ressaltando que “o importante foi o Brasil ter se classificado para a Olimpíada” com o nono lugar.

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