Após Mundial 'montanha russa', brasileiros expõem confiança alta para 2012
Felipe França e Bruno Fratus voltaram para o Brasil com resultados satisfatórios no Mundial de Esportes Aquáticos de Xangai. Mas também amargaram decepções na competição na China. Após o torneio ‘montanha russa’, os nadadores brasileiros adotam discurso otimista e até exalam confiança excessiva para os Jogos Olímpicos de Londres-2012.
Campeão mundial nos 50 m peito (prova não-olímpica), Felipe França ficou fora da final dos 100 m peito ao terminar apenas em 14º na semifinal. Estreante em Mundiais, Bruno Fratus avançou à final dos 50 m livre como o melhor tempo (21s76) e terminou em quinto. Mas nos 100 m livre, ele ficou em 24º e nem alcançou a semifinal.
“Esta foi a montanha russa mais maluca que já vivi. Foi um misto de emoções. Em um momento ficava muito feliz com um resultado, no outro era muita preocupação. Ter passado por esses altos e baixos ajudou muito e estou extremamente preparado para levar esse meninos ao pódio em Londres”, disse Arilson Silva, técnico da delegação brasileira e chefe do corpo técnico do Pinheiros – clube de França e Fratus.
Os resultados ruins não preocupam. Ao contrário. Parecem motivar mais os nadadores. “Aconteceu na hora certa, porque o objetivo maior é a medalha de ouro olímpica. A maior conquista é o aprendizado”, disse o confiante Felipe França. “O Mundial foi bom para os adversários. E é bom eles aproveitarem, porque o tempo deles está acabando. Eu já sei os pontos fortes que preciso trabalhar. Meu maior desafio era me vencer, me superar e eu consegui. Ninguém me segura a partir de agora”, completou.
Bruno Fratus poderia ter feito dobradinha brasileira com o bicampeão mundial Cesar Cielo nos 50 m livre. Se o potiguar repetisse o tempo da semifinal (21s76), ele levaria a prata – Cielo venceu a final com 21s52, seguido pelo italiano Luca Dotto (21s90). “A dobradinha vai vir na Olimpíada. Eu trocaria dez medalhas do Mundial por uma olímpica. E ela vai vir”, assegurou Fratus.
O Brasil terminou o Mundial de Xangai no quarto lugar do quadro de medalhas atrás apenas de Estados Unidos, China e Rússia, respectivamente. Foram seis finais e quatro ouros – com Ana Marcela Cunha, Cesar Cielo (duas vezes) e Felipe França – na melhor participação do Brasil na história do torneio. “Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, o que importa é a medalha. O qualitativo mais do que o quantitativo. Uma coisa foi Roma, em 2009, que era bom levar mais gente. Outra coisa é agora, às vésperas da Olimpíada”, opinou Ari.
Um pouco antes do Mundial, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) divulgou um rigor maior na composição da delegação brasileira que iria a Xangai. A entidade nacional estabeleceu índices mais difíceis do que a Fina (Federação Internacional de Natação) para definir a seleção e teve uma equipe reduzida em relação a Roma-2009.
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